A greve dos agentes penitenciários de Mato Grosso foi suspensa após negociação com o governo estadual em audiência no Tribunal de Justiça (TJ). Conforme o presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários de Mato Grosso (Sindspen), João Batista, o governo do Estado assinou um documento prometendo cumprir todas as reivindicações da categoria, que permanece com as atividades paralisadas desde 4 de abril.
A primeira delas, segundo João Batista, é o encaminhamento de um Projeto de Lei que garanta o pagamento adicional por insalubridade. Este projeto deve ser enviado à Assembleia Legislativa até a próxima sexta-feira (26), para que seja votado pelos deputados estaduais. Caso contrário, a greve será retomada. “A greve pode ser retomada a qualquer momento, independente de assembleia com os servidores”, alerta o presidente do sindicato.
Em seguida, a discussão gira em torno do reajuste salarial pleiteado pela categoria. Conforme João Batista, a resposta do governo quanto ao percentual de aumento vai acontecer em 20 de maio, às 16h.
A greve dos servidores do sistema penitenciário gerou imensos problemas para a sociedade mato-grossense. Mato Grosso possui mais de 2 mil servidores atuando nas penitenciárias do Estado, 1280 deles são agentes prisionais.
A decisão do governo de negociar com a categoria ocorreu após a proibição de visitas nos presídios do Estado. A ação gerou revolta nos presos e nos familiares. Houve, inclusive, a promessa de quebra-quebra em diversas unidades prisionais.
Em Pontes e Lacerda (448 Km a oeste de Cuiabá), por exemplo, foi solicitado reforço policiail, inclusive com homens do Grupo Especial de Fronteira (Gefron) que estão na cidade de prontidão para auxiliar em caso de confusão após a ameaça de rebelião no presídio local, que tem hoje mais de 150 detentos.
João Batista garante também que a ameaça de uma rebelião ocorreu no Pascoal Ramos, em Cuiabá. “Temos centenas de policiais no local para evitar qualquer problema. Mas acreditamos que não será necessário usar força policiail porque as visitas já foram liberadas com a suspensão da greve”, diz o presidente do sindicato.