Os preços não estão pela hora da morte. Por R$ 45, a Academia do Caixão, empresa sediada em Daejeon, região central da Coreia do Sul, oferece aulas para quem quiser conhecer de perto o que acontece quando se parte desta para melhor. Para que os alunos não fiquem despreparados, as aulas são bem completas. O ponto alto é tirar um cochilo dentro de uma esquife de verdade – usada por uma pessoa viva, garante o proprietário da empresa, o coreano Jung Loon.
– É tudo muito real. Nossos clientes realmente sentem como é ficar à beira do abismo e cair, afirma o mórbido Loon, com metáforas duvidosas.
A ideia de montar as aulas de defunto veio da análise de uma organização mundial, que coloca a Coreia do Sul entre as nações com os índices mais altos de suicídio. Loon, empresário de visão, decidiu unir o útil ao desagradável e montou o curso da Academia do Caixão.
Loon ensina os participantes a escrever cartas de despedidas aos entes queridos e elaborar testamentos. Dá dicas sobre como escolher o melhor caixão, organizar o próprio funeral e velório, além de preparar os familiares para o enterro.
Nada se compara, informa Loon, ao momento do treinamento em que os inscritos podem se acomodar em confortáveis caixões de verdade. Dá para dormir um pouquinho – e alguns pedem que a tampa fique fechada, talvez para se acostumar com essa hora tão apavorante.
– Você só consegue enfrentar a vida se estiver preparado para a morte, filosofa Loon, fazendo propaganda.
Tem até um lado positivo da empreitada:
– Muita gente desiste do suicídio quando está colocada dentro do ataúde, diz ele.
A iniciativa faz sucesso. Cerca de 60 pessoas por semana pagam a taxa para vivenciar ser um cadáver por três dias, tempo que dura o curso. Já tem até companhia de seguros dando descontos a quem tiver um diploma de conclusão da Academia do Caixão. A Kyoobo incentiva até seus funcionários a participar.
Loon não pretende aperfeiçoar o curso com aulas práticas de cremação. Se bem que não faltaria gente querendo queimar o corpo e o filme.