Após revelar que vai comandar o Fluminense quando encerrar seu vínculo com o Al Jazira, dos Emirados Árabes, no meio do ano, o treinador Abel Braga afirmou ao R que conhece as deficiências de estrutura do clube, mas deu a entender que discorda do ex-treinador, Muricy Ramalho, quanto à interferência desses problemas no trabalho.
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Abelão afirmou que dá, sim, para tocar a equipe e conquistar títulos mesmo com os problemas estruturais, como a falta de um centro de treinamento adequado. A equipe treina nas Laranjeiras, que recentemente foi palco de um incidente embaraçoso quando um rato quase caiu sobre fotógrafos durante um treino.
– A estrutura não é a ideal, mas não tenho nada contra, não. Eu trabalhei lá, fui campeão lá. O Fluminense foi campeão brasileiro treinando lá. Claro que não é o ideal. Falta um lugar adequado para se treinar, um CT [Centro de Treinamento], um lugar para você ter privacidade. Mas não tenho nada contra. O Muricy [Ramalho] tem a opinião dele e eu, a minha.
Campeão brasileiro pelo Flu, Muricy pediu demissão alegando não ter sido atendido nos pedidos de melhora da estrutura do clube.
Há vários problemas nas Laranjeiras. O campo é esburacado e irregular e só há um para se treinar, o que faz alguns jogadores praticarem futevôlei ao lado enquanto está ocorrendo um coletivo. Além disso, muitas bolas vão para a rua, o que força o roupeiro Denilson a sair correndo atrás delas. Muitos torcedores e sócios têm acesso aos treinos e não há espaço ideal para recuperação de atletas. Os carros dos jogadores, que ficam estacionados atrás do gol, já foram atingidos por boladas e acabaram danificados.
Mesmo com todos esses problemas, Abel Braga afirmou que é possível trabalhar nessas condições e ainda conseguir bons resultados.
– Isso não é empecilho para trabalhar. O lugar não é o ideal, mas inabitável também não é, senão o Fluminense não teria sido campeão brasileiro no ano passado.
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Conhecido por não admitir interferência externa em seus trabalhos, Abelão afirmou que não teme o histórico de confusões causadas pela Unimed, gestora do clube, que não poupa treinadores e dirigentes de suas opiniões.
– Eu nunca tive problema com a Unimed. Não tenho problema com ninguém. Feliz do clube que tem uma parceira como a Unimed. Em 13 anos, que outro clube trouxe tantos jogadores como a Unimed? Você está querendo fazer um confronto que não vale a pena. Qualquer clube no Brasil hoje quer a Unimed.