A guerra política no São Paulo continua. Dois dias depois de o presidente Carlos Miguel Aidar atacar Juvenal Juvêncio em entrevista coletiva, seu antecessor respondeu nesta sexta-feira.
“Se ele renunciar, rapidamente a gente resolve isso. Se não quiser renunciar, a guerra vai continuar. Senão, ele vai ficar magrinho. Ele já faz regime. Mas que ele não vai dormir direito, ele não vai. Se ele dormir é pior ainda, porque aí ele é insensível, aí não tem mais jeito”, disse Juvenal à Rádio Jovem Pan.
Na última quarta-feira, Aidar convocou coletiva para esclarecer questionamentos da oposição a respeito da participação de sua namorada (Cinira Maturana) em contratos do clube – o acordo prevê 20% de comissão sobre cada negócio que ela agenciasse. O mandatário rebateu Juvenal, disse que nunca mais falará seu nome em público e avisou que quem se aliar ao ex-presidente não terá vez em sua gestão.
“Eu é que o proibi de falar meu nome. Ele fala mentira para a imprensa! É só a imprensa pedir a fita (da reunião do Conselho Deliberativo, na segunda-feira). Se a imprensa ouvir aquela fita, o que ele vai falar? O que você vai dizer em casa? Ele diz que eu quero mandar. Dê um dado, veja qual dia que fui ao São Paulo, ao Conselho. Nunca”, falou, ameaçando o ex-amigo.
“Você (Aidar) é muito ruim, precisa largar para o São Paulo ser tocado para frente. O clube tem história. Você não pode turvar a história. Comigo, a guerra é pesada, devia saber disso. Tem que me enfrentar e não consegue, porque sou mais forte do que você em tudo”, intimou Juvenal.
Para o antigo mandatário, Aidar tem ciúme de sua pessoa e foi uma escolha ruim para a sucessão. “Errei muito. Não estou habituado a erros. Quando não se está habituado a erros, você comete um erro grande. Eu cometi um erro grande, agora preciso ver se recupero. Quem sabe ele não renuncia? Aí a gente faz uma coisa diferente, põe um cara mais competente. Cometi um erro danado, agora preciso recuperar isso. Acreditava nele, mas ele mudou. Não é o cidadão que conheci 24 anos atrás”, observou.
O mandato de Aidar se encerra apenas em abril de 2017. Na quarta-feira, ciente da tentativa de Juvenal de tirá-lo do poder, ele se antecipou: “Hoje quem dirige o São Paulo são esses diretores e eu, na condição de eleito pelo São Paulo. Eu fui eleito por 140 conselheiros. Tenho mandato até abril de 2017 e irei cumprir até o fim. Estou cansado de ouvir besteira no corredor de duas ou três pessoas que ficam puxando o saco do ex-presidente. Chega, acabou”.