A LISTA DE RIVA Romoaldo confirma ter indicado conta, mas nega crime e propinas

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Um dos 4 parlamentares que constam nas listas do ex-deputado José Riva como beneficiários de dinheiro desviado da Assembleia Legislativa por meio do esquema desmantelado na Operação Ventríloquo, o deputado estadual Romoaldo Júnior (PMDB) confirmou que indicou as contas da empresa Rede Shop Comércio de Combustíveis (posto de combustível) para receber parte dos valores, mas sustenta que não participou de nada ilegal, não cometeu qualquer crime e nem recebeu propina.

Enquanto ocupava a presidência no período em que Riva estava afastado das funções administrativas por ordem judicial, o peemedebista autorizou pagamentos que o Ministério Público (MPE) afirma que foram ilegais. “Eu não me envergonho de nada que fiz pela Assembleia. Tudo que fiz na época de presidente eu faria novamente”, enfatizou Romoaldo. Ouça o áudio da entrevista.

O esquema de R$ 9,4 milhões envolveu o pagamento de seguros que a Assembleia Legislativa contratou junto ao banco Bamerindus, hoje HSBC, na década de 90. As investigações apontam que pelo menos R$ 4,2 milhões foram desviados a título de propina. Na ação penal que tramita na 7ª Vara Criminal de Cuiabá existem 4 réus: José Riva, o o advogado Júlio César Domingues Rodrigues, o ex-secretário geral da AL, Luiz Márcio Bastos Pommot e o ex-procurador da Assembleia, Anderson Flávio de Godoi.

No dia 15 de abril, Riva confessou que participou do esquema consciente de que se tratava de propina e disse ter recebido R$ 806 mil. Também apontou 4 deputados e a ex-deputada Luciane Bezerra (PSB) como beneficiários dos recursos já que indicaram contas de empresas e pessoas para receber parte dos valores.

Na última audiência da ação penal realizada no dia 23 de junho, José Riva voltou a reafirmar o envolvimento dos parlamentares e entregou 8 listas contendo diversos nomes, todos escritos a próprio punho como uma forma de ele ter o controle sobre o destino do dinheiro.

Agora, Romoaldo Júnior comentou sobre as declarações de Riva envolvendo seu nome ao participar nesta terça-feira (5) de uma audiência de instrução e julgamento numa ação penal e prestar esclarecimentos como testemunha de defesa do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) processado pelos crimes de lavagem de dinheiro, peculato e destruição de documento público, fatos relativos ao período em que era deputado estadual na Assembleia Legislativa de Mato Grosso e ocupava o posto de primeiro-secretário da Assembleia.

“Quando eu assumi a presidência, eu era vice-presidente, assumi no meu dever constitucional de representar no impedimento do titular”, destacou Romoaldo ao explicar que a ação existia na Assembleia há 18 anos e o banco ganhou após ganhar em todas as instâncias, procurou o Legislativo Estadual através de um programa e encaminhou uma proposta para a Procuradoria da Assembleia para buscar um acordo. “Saiu o acordo, com parecer favorável e nós pagamos. Existia realmente a dívida oficial referente a esse débito juntamente ao HSBC”, esclareceu.

Romoaldo lembrou que quando o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) deflagrou a operação Ventríloquo no dia 1º de julho de 2015 e prendeu alguns advogados, logo depois saiu a delação do advogado Joaquim Fábio Mielli de Camargo citando os pagamentos ao HSBC e apontando o pagamento de propinas.

Sobre a citação de seu nome por Riva, Romoaldo esclarece que ainda não foi chamado em juízo e quando isso vier acontecer ele vai tomar ciência de todas as acusações bem como dos pagamentos que foram efetuados. “Sei que o posto que eu abastecia e toda estrutura da Presidência, que é a Rede Shop, estão envolvida. Então, o que posso falar é que não teve vantagem pessoal pra mim, mas sim pra estrutura da Casa. Se pagaram sem licitação, sem o ordenamento financeiro, está errado. Mas desvio posso afirmar que não houve”, garantiu o parlamentar.

“A Rede Shop era uma fornecedora habitual do nosso gabinete, da estrutura da Presidência, mas não digo que ai houve desvios. Não conheço o teor o processo, nunca fui chamado pra ser ouvido. Já me coloquei à disposição da Justiça. Sei que fiz um pagamento correto”, sustentou explicando que após a suspensão do fornecimento de combustíveis pela Amazônia Petróleo do delator da Ararath, Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça, a Assembleia Legislativa procurou a Rede Shop e ela forneceu o combustível.

O deputado reafirma que a dívida existia e se o delator Fábio Mielli resolveu, depois de paga, soltar dinheiro e pagar a conta da Assembleia, não foi com ele.

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