Os conselheiros do Santos já avisam.
Não querem aventuras com o dinheiro da venda de Montillo.
Diante dos boatos da contratação de Diego, eles protestam.
Querem que grande parte dos R$ 12 milhões da venda tenha outro rumo.
Vá para começar a livrar o clube da Doyen Sports.
A empresa que tem Renato Duprat como representante comprou Leandro Damião.
Pagou R$ 42 milhões ao Internacional.
O plano era apenas usar o clube como vitrine.
Deixando para a equipe bancar os salários de R$ 400 mil mensais.
Em um contrato de cinco anos.
Só que a pressão foi enorme.
Na Vila Belmiro houve muita revolta com o envolvimento de Renato Duprat.
Todos se lembram que ele saiu muito mal do clube.
Chegou a patrocinar o time com sua empresa Unicor.
Ela acabou falindo e Duprat foi acusado de dever dinheiro.
Foi considerado até persona non grata.
Mas o tempo passou e houve o perdão.
Até porque trazia o dinheiro para contratar Leandro Damião.
Impressionados com o que ele fez no Corinthians com a MSI, conselheiros reagiram.
E exigiram que o Santos pagasse cada tostão do jogador.
O atacante acabou ficando caríssimo.
Em péssima fase, ele foi comprado por muito, mais muito mais que vale.
A conta ficou para os dirigentes santistas.
Houve o acordo com Doyen Sports e o clube devolverá o dinheiro em parcelas.
Até que surgiu a proposta de R$ 24 milhões do Shandong Luneng da China.
O clube aceitou vender Montillo.
E ficar com o que tem direito, 50% ou R$ 12 milhões.
O BMG tem 20%, o grupo Teisa 10% e o laboratório EMS outros 20%.
Odílio Rodrigues consultou o seu Comitê Gestor.
Falou sobre a possibilidade de trazer Diego.
O Wolfsburg não o libera de graça.
Quer pelo menos R$ 10 milhões.
O combinado foi o clube santista esperar o final de contrato em junho.
E assim não pagaria nada ao clube alemão.
Só o R$ 1 milhão por mês que o meia exige.
Mas o presidente resolveu antecipar a situação.
E usar parte do dinheiro dos chineses para conseguir a liberação.
Estaria disposto a oferecer R$ 5 milhões.
Só que foi alertado sobre a pressão dos conselheiros.
Já houve enorme desgaste pela entrada da Doyen e Duprat no clube.
Se o clube investir o dinheiro de Montillo em Diego, o clima pode ficar muito ruim.
Há o impasse entre o bom senso e a euforia.
Conselheiros também acossam Odílio.
Querem saber de uma vez por todas por quanto o clube vendeu Neymar.
Na Espanha há uma briga jurídica.
Autoridades pressionam a direção do Barcelona.
E garantem que foram gastos 95 milhões de euros, quase R$ 300 milhões.
Não apenas 57 milhões de euros, cerca de R$ 180 milhões.
Odílio se apressa em desmentir.
Mas ficou impressionado com os números que o pai do atacante teria recebido.
Seria cerca de 18,5 milhões de euros, perto de R$ 57 milhões.
“Se considerarmos que esse montante pago ao jogador faz parte do valor da transferência, então o Santos tem direito a 55 por cento dessa quantia. Vamos pedir esclarecimentos. E correr atrás do que tivermos direito”, disse Odílio.
A situação se repete.
Conselheiros avisam: se o clube tiver mais dinheiro a receber, que pague a Doyen.
Aliás, a empresa ainda não pagou a segunda parcela da compra de Leandro Damião.
Por isso o Internacional não deu ao Santos a documentação.
Ele está sem poder jogar no Campeonato Paulista.
A previsão é que não atue nas três primeiras rodadas.
O desejo é que faça sua estreia diante do Corinthians.
Mas não há a certeza disso.
O jogador já está irritado.
Sabe que perde jogos fáceis no fraco Campeonato Paulista.
Poderia estar marcando seus gols.
A desculpa dada pelo atraso na segunda parcela é vaga.
Entraves burocráticos.
E mais nada.
O que irritou profundamente os conselheiros do clube.
Ainda mais os mais velhos que se lembram bem das confusões com Duprat.
Montillo não se mostrou nem um pouco triste com a saída.
Ele tem a plena certeza que não conseguiu jogar bem no Santos.
Acredita que foi contratado no momento errado.
Quando o clube estava todo voltado para a saída de Neymar.
O Santos investiu R$ 8 milhões na compra por R$ 16 junto ao Cruzeiro.
Agora ele sai por R$ 24 milhões.
O lucro de R$ 4 milhões da parte santista deveria ser comemorada.
É o que está tentando fazer Odílio Rodrigues tentando Diego.
Só que tem fortíssima oposição.
Principalmente por pessoas influentes que são a sua base política no Santos.
O pedido é que use esse dinheiro para começar a se livrar da Doyen.
Contrariado, o presidente sente que está perdendo a guerra.
Mas vai tentar fazer um último apelo.
Se convencer o meia a voltar para a Vila Belmiro, tentará reverter o quadro.
Mas está difícil demais.
O desconforto em relação a Duprat e sua nova empresa é impressionante.
Odílio Rodrigues sabe bem disso, mas não toca no assunto.
Ele quer é agradar a torcida e buscar Diego.
Gastar com um novo camisa 10.
O depois é o depois…