O presidente nacional do PT, Rui Falcão, informou que o diretório vai se reunir em 5 de agosto para analisar o recurso da expulsão da ex-senadora Serys Marly. A destituição dela foi aprovada pela Comissão de Ética e caberá ao diretório regional ratificar ou não a indicação.
Falcão não quis tecer comentários sobre a decisão do PT de Mato Grosso, se limitando a dizer que aguardará a reunião do diretório regional. “Pretendo tomar conhecimento melhor dos fatos e aguardarei a decisão do regional para me manifestar”, disse o presidente nacional.
Já o ex-deputado estadual e federal Gilney Viana, foi contundente. “Foi uma total falta de senso da realidade. Deram um tiro no pé. Esse pessoal não tem noção de ridículo”, disparou.
Gilney Viana avalia que Serys errou por sua conduta na campanha de 2010, mas criticou a punição. “Poderia ter sido uma censura interna ou mesmo uma advertência pública, no máximo uma suspensão. Agora, expulsão, é falta de senso da realidade”, afirmou. “Deram um tiro no pé”, emendou.
O ex-deputado foi mais além de afirmou que a medida tomada pela Comissão de Ética, “longe de ser administrativa, escancara uma disputa política” que não será resolvida com a expulsão. “Fizeram uma manobra arriscada, que vai ter repercussão no Estado e no Brasil. Esse pessoal não tem noção de ridículo”, emendou.
Para Gilney, o grupo do ex-deputado Carlos Abicalil pretende também atingir uma possível candidatura do vereador Ludio Cabral à Prefeitura de Cuiabá. “Querem evitar que ele seja candidato. Estão promovendo um processo de autofagia”, afirmou, se referindo à autodestruição que considera estar ocorrendo.
Gilney aposta que a Executiva Nacional vai rever a decisão, se o diretório regional referendar. O deputado Saguas Moraes, presidente regional, também acredita que se a instância que dirige ratificar a indicação do Comitê de Ética, haverá mudanças. “Se a decisão chegar lá, com certeza o nacional não acatará a expulsão. A senadora Serys tem uma história dentro do PT e dentro do governo Lula. Por isso acho que eles não aceitarão”, afirmou Ságuas.
O deputado reafirmou ser contra a expulsão da senadora. “A partir de amanhã eu vou ligar pessoalmente para cada um dos membros do regional e pedir para não confirmarem a expulsão. Eu acredito que o diretório na vai referendar”, disse Ságuas. Para ele não será o melhor para o partido.
“Nós temos que trabalhar internamente nossos problemas e curar nossas feridas. Vão ficar cicatrizes, mas elas servirão para futuramente nos orientarmos fora dos erros que foram cometidos dentro do partido”, complementou. O ex-deputado Carlos Abicalil, atual secretário de Articulação dos Sistemas de Ensino do Ministério da Educação, não foi localizado para comentar as críticas de Gilney Viana.