O secretário de Estado de Saúde, Pedro Henry, anunciou que em 120 dias três Unidades de Pronto Atendimento (UPA) serão inauguradas no Estado. Cuiabá terá duas e outra será instalada em Várzea Grande.
De acordo com Henry, o recurso para a construção das unidades, que atendem urgência e emergência, foi obtido a partir de uma reunião com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, na última quarta-feira (11).
"Conversei com ministro e falei que estamos em uma situação de instabilidade em Mato Grosso. Não dá mais para conviver com essa escassez no pronto atendimento e por isso é necessário fazer imediatamente estas Upas", disse.
A Unidades de Pronto Atendimento são estruturas intermediárias, entre as unidades básicas de saúde e as portas de urgência hospitalares. Atualmente o Brasil possui 31 Upas, localizadas nas regiões Sudeste, no Rio de Janeiro e em São Paulo; Nordeste, em Pernambuco, Maranhão, Rio Grande do Norte, Paraíba e Bahia; Norte, no Tocantins, e Centro-Oeste, com o Distrito Federal.
O objetivo de Henry é que, além destas, mais oito sejam inauguradas nos próximos anos, no interior do Estado.
A construção, no entanto, não é vista pelo secretário como solução para os problemas enfrentados pelo Estado. Nos últimos meses, o sistema público de saúde, praticamente, se transformou em um caos, com pacientes sendo atendidos no chão, pias saindo esgoto e corredores alagados pelas chuvas.
A situação, inclusive, fez o Sindicato dos Médicos do Estado de Mato Grosso (Sindimed – MT) denunciar o descaso ao Ministério Público Estadual (MPE) no início deste mês. Médicos do interior ameaçam paralisar as atividades.
Segundo o secretário, o problema quase crônico que ocorre com a Saúde é estrutural e, para ser solucionado, ainda deve demorar.
"O processo de solução da saúde envolve ações muito mais abrangentes e que extrapolam os limites de Cuiabá. Se a gente não segurar na ponta, nós não vamos diminuir essa carga insuportável sobre Cuiabá. Esse é o desarranjo que está causando tanta insatisfação por parte da sociedade", analisou.
Conforme o secretário, uma das soluções é melhorar no interior para diminuir o número de atendimentos que ocorrem na Capital, que acabou se "transformando" na solução final para vários municípios.
"A maior parte dos pacientes atendidos no Pronto Socorro não são daqui, são do interior e por não terem uma rede hospitalar condizente, acabam vindo para a Capital. Isso tudo expõe a unidade, que fica com uma sobrecarga desumana. Para organizar tudo isso não é um estalar de dedos, é preciso doutrinar os profissionais e desenvolver programas de educação continuada".
Para que sejam implantados estes programas, Pedro Henry não deu prazo específico. Porém afirmou que a inauguração das Upas, em três meses, dará novo fôlego à saúde em Mato Grosso.
