PMDB e PT, conduzidos no Estado por Bezerra e Ságuas, começam a brigar nos bastidores por causa de cargos
O cacique regional do PMDB, deputado Carlos Bezerra, conseguiu derrubar a superintendente do INSS em Mato Grosso Luci Rosa da Silva. Na vaga ele "emplacou" o aliado político de prenome Eduardo. A articulação foi direta com o ministro da Previdência, senador licenciado Garibaldi Alves Filho (RN), do mesmo partido de Bezerra. A manobra atiçou o terreiro do PT, que estava segurando Luci no cargo há mais de três anos. Ela foi indicação da ex-senadora Serys Marly.
O grupo de Serys se vê na bronca. Acha que Bezerra, motivado pela chegada do PMDB ao Palácio Paiaguás com Silval Barbosa, reeleito no ano passado, está interferindo em praticamente todos os setores e promovendo mudanças. Teme que o partido venha perder mais espaço. Por enquanto, a legenda petista, sob Ságuas Moraes, conta com dois cargos relevantes no governo Silval. Conduz a Educação com Rosa Neide e tem a ex-deputada estadual Vera Araújo como adjunta da pasta de Justiça e Direitos Humanos.
O levante só não veio à tona porque o grupo de Serys representa minoria na Executiva, que é comandada por Ságuas e com respaldo do ex-deputado federal Carlos Abicalil e do ex-estadual Alexandre Cesar. Mesmo assim, a tendência é que o partido volte a rachar porque um bloco pretende apresentar proposta de ruptura com o Palácio Paiaguás, com o argumento de que não está tendo mais espaço e valorização como acha que deveria dentro da estrutura da máquina e por causa do processo das eleições municipais do próximo ano.
O petismo briga por cargos, embora admita que saiu menor do que entrou no pleito do ano passado. Só conseguiu garantir uma vaga na Assembleia, com a reeleição de Ademir Brunetto, e a única conquistada na Câmara Federal deve perdê-la por causa da decisão do STF, que adiou para 2012 a vigência da Lei da Ficha Limpa, provocando inclusão de votos que estavam sub judice. Essa reviravolta acaba beneficiando o tucano Nilson Leitão com a vaga no lugar de Ságuas.