Serys deixará mandato, vai ao Qatar e planeja advogar

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 A senadora Serys Marly (PT) confirmou que será professora em duas universidades de Brasília. A petista, que além de docente aposentada da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) é também advogada, pensa ainda integrar a banca do filho Alexandre Slhessarenko, que tem escritórios em Cuiabá e São Paulo, podendo abrir outro em Brasília. Este será o destino da parlamentar a partir de 1º de fevereiro, tão logo deixe o Senado, em 31 de janeiro.

    Antes, porém, de começar a organizar a sua nova vida profissional, Serys fará uma viagem de uma semana para o Qatar. Em Doha, Capital do país, a senadora participará da Conferência Internacional de Jerusalém. Ela foi convidada pela Liga dos Países Árabes como membro da delegação brasileira para participar dos debates sobre a situação atual da cidade santa, que hoje é fruto de disputa entre israelenses e palestinos.

    De volta ao Brasil, Serys pretende se estabelecer em Brasília, mas mantendo sua relação com Cuiabá. Ela diz que não pretende mudar o domicílio eleitoral. “Minha luta política continua em Cuiabá. Não vou abandonar meu Estado. Mas tenho que cuidar da minha vida profissional, pois não vivo da política, não é a minha profissão. Sou advogada e professora. É o meu ganha pão”, afirmou.

     Por conta desse afastamento, ainda esporádico, de Mato Grosso, Serys disse não temer perder espaço dentro da política estadual e do seu partido. “Não creio que perderei espaço. Depende da forma como vou atuar. Não abandonarei nunca as pessoas que confiam e esperam muito de mim. Aliás, quando chegando ao nível de liderança que alcançamos, nossa vida política não é mais da gente e sim daqueles que confiam e esperam da gente”, filosofou.

    Serys disse que o patrimônio político que amealhou durante mais de 30 anos de militância e 20 anos de mandado ininterruptos, não será abandonado “em hipótese alguma”. Mesmo assim, ela prefere não se pronunciar sobre projetos políticos futuros. A eleição para Prefeitura de Cuiabá em 2012, por exemplo, ela assegura que não está nos seus planos. “As pessoas sempre têm falado, tem lembrado. Mas não posso afirmar nada, porque política não é o projeto de uma pessoa, e sim de um coletivo”, ponderou.

    A senadora fala, no entanto, como se estivesse satisfeita com toda a sua trajetória e não dá demonstrações de interesse em angariar novos postos. “Não sou de ficar buscando ocupar cargos e espaços políticos se não me são oferecidos, como alguns estão fazendo por aí”, disse, numa possível alfinetada ao seu desafeto partidário, deputado Carlos Abicalil, ao ser indagada se não teria esperança de trabalhar no governo de Dilma Rousseff (PT).

   Sobre a possibilidade de assumir uma vaga na Câmara Federal, da qual ela é a primeira suplente da coligação proporcional entre PT-PMDB-PR, a senadora disse também não acalentar. “Como disse, não estou procurando por cargos. Sou primeira suplente e se por um motivo e outro tiver que assumir, farei com a mesma disposição de sempre. Mas não me articulei para isso e nem vou me articular”, afirmou.

 

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