André Dias deixa seleção brasileira em segundo plano para focar na surpreendente Lazio

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Oito vitórias em 14 jogos, segunda melhor defesa (ao lado de Inter de Milão e Chievo), vice-líder e 14 pontos a mais em relação ao Campeonato Italiano da última temporada – até a 13ª rodada. Esta é a nova Lazio, com objetivos renovados e a confiança de que uma classificação para a Liga dos Campeões ou até mesmo o título do nacional não são uma miragem.

A campanha na temporada é tão surpreendente que os próprios jogadores não esperavam por esse sucesso, como é o caso do zagueiro André Dias. Em uma entrevista exclusiva ao R7, o ex-são-paulino confirmou que o desempenho no Campeonato Italiano não estava no script do elenco.

Brasileiros resgatam orgulho da Lazio

– Para te falar a verdade, eu não esperava por esse sucesso. Eu cheguei aqui no finalzinho da temporada passada e a gente estava brigando para não cair. Agora, chegou o Hernanes e também o treinador [Edoardo Reja]. O time não é ruim. O time é muito bom e é muito competitivo, por isso que a gente está nesta situação hoje.

Para um time que brigou para não cair para a Série B na última temporada e fez apenas uma grande contratação (Hernanes) na janela de transferências, as expectativas não poderiam ser tão grandes assim. Ledo engano.

O roteiro da Lazio tomou um novo sentido depois de algumas rodadas na liderança do Campeonato Italiano e a moldura de um estilo de jogo equilibrado com a chegada de Hernanes. Mesmo assim, André Dias não se empolga e afirma que, nesse momento, não pensa no título do Campeonato Italiano.

 

– Nosso pensamento é de estar fazendo um bom campeonato. Eu acho muito cedo para a gente estar pensando em alguma coisa dessa grandeza. Nosso pensamento é em cada partida e, no final, faltando cinco ou quatro rodadas, a gente vê se tem a possibilidade ou não [de conquistar o título]. Hoje, não. Nosso pensamento não é esse.

O segredo da Lazio
Mesmo tendo conquistado quatro dos últimos 12 pontos disputados, André Dias continua confiante no bom rendimento. A obediência tática é um dos diferenciais da equipe. Oito jogadores já marcaram gols neste Campeonato Italiano. O zagueiro cita o equilíbrio como o ponto mais importante imposto por Reja.

– A gente trabalha bastante taticamente. Os treinadores italianos são assim. Eu não posso dizer que é a parte defensiva da Lazio que faz a diferença. Todo mundo tem corrido. Não somos comparados ao Milan, à Inter, mas pelo fato de saber que temos um elenco competitivo, não extraordinário, faz com que a gente seja forte.

Na Itália, André Dias encontrou um novo estilo de futebol, mais tático, duro e disciplinado, com território marcado. Com os treinamentos, o zagueiro não teve dificuldades para uma rápida adaptação.

– Aqui na Itália, eles dão muito valor à parte tática. É difícil você ver um zagueiro pegando a bola e saindo para jogar. No Brasil, você tem uma liberdade maior para fazer isso. O nosso espaço [do zagueiro] em campo é do meio para trás. Há uma ocasião ou outra de passar do meio de campo. Eles setorizam bem: defensor é defensor, atacante é atacante e meio-campista é meio-campista.

Seleção brasileira em segundo plano
Na Itália desde o começo deste ano, André Dias virou titular absoluto da Lazio e fez a diretoria esquecer a paranóia de contratar um zagueiro renomado. Mesmo com o sucesso no clube da capital italiana, o defensor não ganhou uma chance nas recentes convocações de Mano Menezes. Sem problemas. André Dias não vê espaço para ele e deixa a seleção em segundo plano.

– Vou ser bem sincero. Eu não acredito nisso [na convocação]. Eu estou vivendo aqui uma fase muito boa. Estou tendo meu reconhecimento aqui na Itália, mas eu acho que pela reformulação da seleção brasileira, eu não vejo espaço nenhum para mim. Eu não acredito muito que eu seja chamado.

O zagueiro, tricampeão brasileiro pelo São Paulo em 2006, 2007 e 2008, prefere focar seu trabalho na Lazio e ganhar respeito na Europa, assim como conseguiu no Brasil.

– Eu não jogo pensando em ir para a seleção brasileira. Eu não penso “eu vou jogar bem e vai surgir uma oportunidade para ir para a seleção brasileira”. Não penso. Meu pensamento é de ser reconhecido aqui como eu fui no São Paulo, ter o respeito que eu tive no Brasil, e continuar minha carreira.
 

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