Tite está otimista em ver o Corinthians driblar a matemática
Em sua primeira entrevista coletiva, o treinador foi questionado sobre quantos pontos acha necessário conquistar nas oito rodadas restantes do campeonato para chegar ao título. Usando apenas percentuais, o otimista treinador, involuntariamente, ilustrou o quão complicada será a tarefa.
– O campeão brasileiro, normalmente, gira com um aproveitamento em torno de 65 a 68% dos pontos.
O patamar traçado por Tite é impossível de ser alcançado pelo Alvinegro. Para chegar perto de conquistar 65% dos pontos na atual competição, o Timão, hoje com 50, precisaria somar os 24 que ainda estão em disputa. Dessa forma, alcançaria 74 pontos, o que daria um percentual de 64,91% à equipe, abaixo do previsto pelo treinador para o campeão.
Para piorar ainda mais a missão, o primeiro dos oito jogos será contra o Palmeiras. Em sua primeira passagem pelo Parque São Jorge, Tite disputou sete clássicos estaduais, vencendo apenas um, empatando três e perdendo outros três.
O retrospecto ruim nos duelos contra os tradicionais rivais poderia atrapalhar o planejamento traçado pelo título, mas não desanimou o gaúcho.
– Os números são feitos para serem interpretados e isso precisa ser feito de uma forma fria. Do jeito que vai [o campeonato] se achatando, a cada rodada buscaremos um número novo.
Se conseguir colocar seu lado "Tom Cruise" para fora e executar a missão impossível, o treinador sabe exatamente como irá comemorar a conquista da taça.
– Se formos campeões, quero dar um abraço em todos, abraçar o roupeiro, pois gosto de ver as outras pessoas felizes. Essa é minha grande busca. Não vim para ser o centro das atenções e não gosto de holofotes, mas, se o time ganhar, o torcedor passará o dia mais feliz e eu gosto de saber que fiz parte disso.
Tite chegou ao Corinthians pela segunda vez afirmando ser um privilegiado. Para o treinador, o fato de assumir a equipe que ainda não ganhou nada no ano de seu centenário é motivo de orgulho e não de pressão.
– Também trabalhei no centenário do Grêmio [em 2003] e do Internacional [em 2009] e, talvez, seja um privilegiado.
Em sua passagem pelo Olímpico no ano do centenário, Tite não levantou nenhuma taça e o Grêmio quase foi rebaixado no Campeonato Brasileiro. Já seis anos mais tarde, no comando do Internacional, sentiu o gosto de comemorar o Campeonato Gaúcho no centenário colorado.