Fernando Ordakowski
A próxima bancada de MT na Câmara Federal será composta por Valtenir Pereira, Carlos Bezerra, Eliene Lima e Ságuas Moraes (todos de pé) e ainda por Júlio Campos, Nilson Leitão, Homero Pereira e Wellington Fagundes
A bancada mato-grossense na Câmara Federal renova em 40% e apresenta um quadro de parlamentares com idades e experiências variadas. Dos 8 que tomam posse em 1º de fevereiro do próximo ano, dois acumulam mandatos de prefeito, deputado, senador e de governador. Tratam-se de Carlos Bezerra e de Júlio Campos, caciques políticos do PMDB e do DEM (ex-PFL), respectivamente. São também os mais velhos. Bezerra completa 69 anos em 4 de novembro. Júlio faz 64 em 11 de dezembro. Os mais novos são Valtenir Pereira, com 39 anos; Nilson Leitão, 41; e Ságuas Moraes, 47.
Somente Wellington Fagundes (PR) não ocupou outro cargo eletivo senão de federal. Se reelegeu para o sexto mandato como campeão de votos: 145.460. Está na Câmara desde o início dos anos 1990. Tem 53 anos de idade. Já tentou ser prefeito de Rondonópolis, mas perdeu. Homero Pereira (PR) teve passagem relâmpago pela Assembleia. Era suplente pelo nanico PDC e assumiu cargo de estadual de 93 a 94. Se reelegeu agora para o segundo mandato, com a segunda maior votação, com 112.421 votos. Por coincidência, em 2006, Homero, com 55 anos, tinha sido o segundo mais votado. Na época, ficou atrás de Carlos Abicalil (PT). Agora, a desvantagem foi apenas para o companheiro de sigla Wellington.
Com exceção de Wellington, os demais ocuparam mandato de vereador, prefeito ou de deputado estadual. Eliene Lima (PP), que está com 55 anos e se reelegeu pela segunda vez com 66.482 votos, começou como vereador por Cuiabá e ocupou cadeira na Assembleia por 3 mandatos. Valtenir Pereira (ex-PT e hoje no PSB) também foi vereador pela Capital e, aos 39 anos, reconquista vaga na Câmara com 101.907 votos. O petista Ságuas Moraes (47) foi prefeito duas vezes de Juína, deputado estadual e neste pleito garantiu vaga de federal com 88.654 votos. Nilson Leitão (PSDB) também viveu a experiência de conduzir a Prefeitura de Sinop por 8 anos e, antes, foi deputado por alguns meses. Ele tem 41 anos e se elegeu neste pleito com 70.958.
Renovação e missão
Três novos deputados farão parte da próxima legislatura, embora entre eles esteja Júlio Campos, que já exerceu o mandato na Câmara nos anos 1980. Os outros são Ságuas e Leitão. Dos 8 atuais federais, Abicalil foi o único a buscar outro mandato. Disputou o Senado e perdeu. Sete tentaram a reeleição e dois acabaram reprovados: Thelma de Oliveira (PSDB) e Pedro Henry (PP), que teve registro indeferido e foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa e briga na Justiça para ter direito a ocupar o cargo. Ele teve mais de 80 mil votos e, se conseguir garantir o mandato, entrará no lugar de Leitão. Foram reeleitos Wellington, Homero, Eliene, Bezerra e Valtenir.
Os 8 mato-grossenses vão compor um quadro com 513 deputados com mandato de 4 anos. Fazem parte da menor bancada dos Estados. Enquanto isso, há outros com 70 parlamentares, como São Paulo, por exemplo. O salário é de R$ 16 mil, fora uma série de benefícios e privilégios. Eles têm como principal missão elaborar leis e fiscalizar os atos do Executivo, mas se preocupam mesmo com as emendas parlamentares, com as quais fazem a chamada política de base.