Após afundar DEM junto com o PSDB nas urnas, Oscar deixa a presidência

Data:

Compartilhar:

Fernando Ordakowski

Oscar Ribeiro é responsabilizado pelo fracasso do DEM no pleito e entrega sigla para irmãos Júlio e Jayme Campos

   O conselheiro aposentado do TCE Oscar Ribeiro, um dos responsáveis pela aliança com o então adversário PSDB e por levar o DEM ao fraco desempenho nas urnas, decidiu deixar a presidência estadual. Só esperou o resultado das urnas para, sem alarde, comunicar que não comanda mais a legenda. Tomou essa decisão porque ficou sabendo que os irmãos e caciques políticos Júlio e Jayme Campos iriam responsabilizá-lo pela falta de articulação e por conduzir o partido para o caminho considerado mais difícil.

    O grupo do extinto PFL (hoje Democratas), capitaneado pelos ex-governadores Júlio e Jayme, via em Wilson Santos, candidato derrotado ao governo estadual, um adversário político histórico, desde a época em que este era deputado estadual e militava no PDT. Mesmo assim, uma ala levou o bloco a se juntar com o tucano. Em princípio, os dois partidos fizeram um acordão, segundo o qual o nome entre Wilson e Jayme que melhor pontuasse nas pesquisas seria candidato a governador. Na hora de decidir, com base no resultado de dois institutos, deu o tucano com uma diferença pequena. Foi o suficiente para Jayme "lavar as mãos". O senador que prossegue no mandato até 2014 sabia que dificilmente levaria o DEM por inteiro a apoiar Wilson, mesmo com o deputado do partido Dilceu Dal Bosco na chapa como vice.

   Para não ser acusado pelos tucanos de fazer corpo mole na campanha, Jayme assumiu a coordenação geral. Apesar disso, se viu impotente politicamente diante da debandada de lideranças do partido, principalmente prefeitos e vereadores, que correram para o palanque do governador Silval Barbosa (PMDB), que se reelegeu no primeiro turno.

   O DEM sai das urnas menor do que antes. De quatro deputados estaduais (Gilmar Fabris, Dilceu Dal Bosco, Chica Nunes e José Domingos), só garantiu duas cadeiras, com a reeleição de Domingos e com o empresário Dilmar Dal Bosco, irmão de Dilceu. Com Wilson, amargou a terceira colocação ao Paiaguás. A coligação proporcional DEM-PSDB-PTB só conseguiu eleger dois federais: Júlio Campos e Nilson Leitão. No fundo, Jayme conseguiu o que queria: o retorno do irmão Júlio à Câmara e à vida pública.

   Agora, ambos vão tentar reconstruir o DEM, longe do PSDB. Júlio pode ser o próximo presidente regional. Considerando o espólio do velho PFL, o grupo vai completar, em 2014, vinte anos fora do comando do Paiaguás. Seu último governador foi Jayme (91/94). De lá para cá, tentou reconquistar a cadeira com Júlio, em 98. Nas eleições seguintes o partido foi mero coadjuvante.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Notícias relacionadas