Ainda eufórico com a aprovação por aclamação do estádio corintiano em Itaquera, na zona leste de São Paulo, pelo Conselho Deliberativo do clube na noite de quinta-feira (16), o presidente Andrés Sanchez tratou de começar a focar suas atenções no próximo “problema” a ser resolvido: a venda dos naming rights (direitos sobre o nome), que é de onde virá o montante necessário para a construção da casa alvinegra.
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Preocupado com o fato de o nome “Fielzão” já estar ganhando corpo e temeroso com a reação dos potenciais investidores sobre o assunto, o mandatário alvinegro, que ainda terá de esperar pelos alvarás da Prefeitura para dar início às obras em Itaquera, fez um apelo à imprensa para não ver um pequeno detalhe se transformar em uma enorme dor de cabeça.
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– Peço à imprensa pela primeira vez para ter um pouco de carinho com o Corinthians e não comece a pôr apelido. É o estádio do Corinthians até vender o naming rights. Imploro à imprensa e ao poder de influenciar a opinião pública que tenha um pouco de paciência até definirmos qual será o nome do estádio.
Batizado popularmente de “Fielzão”, o provável estádio da abertura da Copa do Mundo de 2014 terá seu nome oficial vinculado à empresa que se mostrar disposta a investir pesado para associar sua marca ao clube. A estimativa da construtora Odebrecht, que será responsável pela obra, é que o custo gire em torno de R$ 335 milhões (para 48 mil lugares).
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O presidente revelou já ter conversado com algumas empresas interessadas em adquirir os nomes do estádio e, com isso, explorá-lo por um período de dez anos, mas não confirmou se o máximo que pretende arrecadar é a soma projetada pela Odebrecht.
– Não dá para fazer uma estimativa, pois, no Corinthians, tudo é diferente. Quando falei que teríamos R$ 50 milhões de patrocínio, me chamaram de louco. Esperavam 40 mil no Anhangabaú [na festa do Centenário] e foram quase 200 mil pessoas. Falaram que venderíamos 80 mil camisas roxas e vendemos mais de 300 mil. Temos que esperar para ver.
O próximo passo para o sonho da casa própria corintiana se tornar realidade, segundo o presidente, é fazer o contrato definitivo com a Odebrecht e conseguir os alvarás restantes junto aos órgãos públicos.
– É bom para o Corinthians, bom para a cidade e bom para todo mundo.
Conselheiros não temem revés
Alguns conselheiros ouvidos pela reportagem do R7 no Parque São Jorge a respeito da venda do nome da casa corintiana e da já iniciada relação com o nome “Fielzão” não se mostraram tão temerosos quanto o presidente.
Lourdes Mattavo, conselheira quadrienal do clube, considerou até simpático o apelido popular do estádio.
– É até bom chamarem de Fielzão, pois assim não melindra este ou aquele por conta de um nome que pudesse ser homenagem a alguém.
Já Wilson Bento colocou no ar uma proposta que sequer será analisada, mas não deixa de ser interessante.
– Eu, por exemplo, não gosto do nome Fielzão. Acho que deveria haver um plebiscito para ver qual seria o nome ideal.
Jorge Kalil, um dos mais populares conselheiros do clube, também não se mostrou contra a adoção do nome Fielzão, mas fez um adendo importante.
– O nome será o que trouxer mais benefícios ao Corinthians. Agora é business [negócio]. O que for melhor será fechado.