Candidato ao Senado pela coligação "Mato Grosso em Primeiro Lugar", deputado federal Carlos Abicalil (PT) rebateu os ataques de seu principal adversário, o tucano Antero Paes de Barros (PSDB), que, após queda nas pesquisas de intenção de voto, passou a acusar o petista de ser favorável à liberação do aborto.
Na semana passada, o tucano exibiu, em seu horário eleitoral gratuito na TV, um vídeo atacando o petista, mas o material foi proibido pelo Tribunal Regional Eleitoral.
Em seu programa eleitoral na TV, nesta quarta-feira (8), o candidato petista elencou dois motivos que, segundo ele, teriam levado o tucano à atacá-lo. O primeiro é o "desespero", em função de Abicalil estar na frente nas pesquisas eleitorais; o segundo é a forma de fazer política de Antero, "com ódio, mentira e calúnia".
"Eleitores, pergunto a vocês: qual bem Antero fez para melhorar sua vida? No Senado, ele não defendia Mato Grosso, apenas servia de ventríloquo para o tucanato paulista. Era contra o Lula, e pronto. Os ataques não passam de calúnia, oportunismo, mas o povo dará a resposta nas urnas", afirmou Abicalil.
O petista destacou que faz política pela vida e que somente por ela vale a pena lutar, numa referência às acusações de que seria a favor do aborto. No programa, um eleitor, em depoimento, disse que os ataques contra Abicalil não passam de uma "atitude oportunista, desesperada de uma pessoa sem escrúpulos". "Isso é coisa de quem não tem propostas para a melhoria de vida. Campanha com raiva não tem mais vez", disse o eleitor.
Projeto pró-aborto
Desde 1991, tramita na Câmara Federal um projeto de lei que trata da descriminalização do aborto. A proposta havia sido apreciada pela Comissão de Seguridade Social e Família, com pedido de arquivamento assinado por apenas 33 deputados, fator esse que levou o deputado José Genuíno (PT) a apresentar recurso, para que o tema fosse amplamente debatido em plenário pelos 513 parlamentares.
O recurso foi assinado por Abicalil, segundo ele, atendendo uma obrigação estatutária, cumprindo decisões partidárias. Dessa forma, o projeto voltou a tramitar no Congresso Nacional.