Candidatos exploram familiares na esperança de obter espólio político

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Romilson Dourado

Thelma de Oliveira e Leôncio Pinheiro   Eles são candidatos a deputado explorando a imagem e o espólio político de membros da família que foram lideranças e ocuparam vários mandatos. Leôncio Pinheiro (DEM) e Thelma de Oliveira (PSDB) tinham como irmão e esposo, respectivamente, o ex-senador Jonas Pinheiro e o ex-governador Dante de Oliveira (ambos já falecidos). Nos discursos, a deputada federal que busca o terceiro mandato chega a dizer que aprendeu com Dante o fazer política voltado às causas sociais e sempre recorda a trajetória do ex-líder tucano, que foi prefeito de Cuiabá, deputado federal constituinte, ministro da Reforma Agrária e governador por dois mandatos e que ganhou notoriedade nacional por causa da emenda das Diretas Já.

   Leôncio, que presidiu a Empaer por cerca de dois anos, enfatiza no horário eleiotoral ser irmão do ex-senador Jonas e que está disposto a trabalhar "pelo campo e pela cidade", frase muito utilizada por Jonas, que foi deputado federal e senador por dois mandatos. Thelma e Leôncio estão numa coligação "pesada" e que exigirá votação expressiva para garantir vaga de federal. Presidente regional do PSDB, a deputada dispõe de maior estrutura e visibilidade eleitoral. Tem como principais concorrentes da coligação que congrega PSDB, DEM e PTB os ex-governadores Júlio Campos e Rogério Salles e o ex-prefeito de Sinop Nilson Leitão. No caso de Leôncio, sua participação no processo eleitoral é mais para ajudar nos votos de legenda.

   Não são apenas Thelma e Jonas que recorrem a familiares para tentar conquistar eleitores. Marcinho Lacerda, candidato a deputado estadual pelo PSDB, lembra ser filho do ex-vice-governador e ex-deputado Márcio Lacerda e se coloca como porta-voz da região de Cáceres. No fundo, quer "ressuscitar" na política a família Lacerda. Seu tio, José Lacerda, também ocupou mandato de deputado. O filho do ex-deputado federal nos anos 80 Mário Juruna (já falecido), Onézio Juruna, é candidato pelo PDT. Ele é da reserva indígena São Marcos, situada em Barra do Garças. O empresário Roberto Farias (PP), filho do ex-prefeito e ex-governador Wilmar Peres de Farias (já falecido), também está no páreo para federal.

   Leandro Soares (PP), filho do ex-deputado e conselheiro do TCE Alencar Soares, é candidato a deputado estadual, assim como Dilmar Dal Bosco (DEM), empresário em Sinop. Dilmar lembra na propaganda na TV que é irmão do deputado Dilceu Dal Bosco, candidato a vice-governador da chapa do tucano Wilson Santos. Glauco Ninomya (PV) é candidato a estadual e pontua ser filho do ex-parlamentar cacerense Ninomya Miguel.

  O ex-vereador por Cuiabá e ex-deputado estadual Emanuel Pinheiro (PR) busca reconquistar cadeira na Assembleia. Ele é filho de Emanuel Pinheiro da Silva, que marcou posição na vida pública em Mato Grosso nas décadas de 1960 e 1970, quando mlitou no antigo PSD e foi um dos maiores defensores do governo Pedro Pedrossian (66/71) enquanto deputado por dois mandatos e chegou a presidir a Assembleia de 67 a 68. Exerceu também mandato de federal. Políticos de carreira como os ex-governadores Jayme Campos e Carlos Bezerra, hoje nas cadeiras de senador e de deputado federal, respectivamente, estão empenhados na eleição do irmão Júlio Campos e da esposa Teté Bezerra, respectivamente. Júlio concorre à Câmara e, Teté, à vaga na AL. De quebra, Bezerra ainda quer a reeleição. E, assim, os grupos tentam conquistar espaço na vida pública, de preferência, ostentando a familiocracia.

 

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