Horário na TV será decisivo para resultado das eleições

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Maquiagem, sorrisos, luzes… Ação! Quando entrarem nos lares de milhares de eleitores mato-grossenses pela primeira vez, a partir desta terça-feira, no horário eleitoral gratuito de TV, os candidatos ao governo estarão, de certa maneira, selando seus destinos nesta campanha.

Isso porque o horário na TV será um dos principais critérios para que os eleitores indecisos definam seus votos. Dependendo para que lado penderem, poderão decidir o jogo. Além disso, cabem aos candidatos conseguir "fidelizar" as intenções de voto que possuem atualmente, fazendo com que seus simpatizantes não mudem de idéia durante as próximas semanas.

As equipes de Silval Barbosa (PMDB), Wilson Santos (PSDB) e Mauro Mendes (PSB) terão o desafio de provar, a partir de agora, que suas estratégias foram corretamente escolhidas. E que as mesmas têm o poder de não só chamar a atenção dos eleitores mas, principalmente, de conquistá-los.

O que se verá a partir desta terça, em maior ou menos escala, serão programas propositivos, onde os candidatos irão explorar seus dotes na telinha, falar de suas origens, experiências e explicar como pretendem resolver as graves demandas que assolam Mato Grosso.

Saúde, segurança e estabilidade econômica serão temas prioritários e obrigatórios. Quem não souber mostrar propostas exeqüíveis, sem projetos simplistas ou mirabolantes, perderá terreno.

Só a retórica pomposa, como fazem alguns candidatos menos atentos, não será suficiente para convencer um eleitor cada vez mais exigente e consciente daquilo que deseja.

É claro que os marqueteiros não pouparão cenas com apelos emocionais, discursos ensaiados e sorrisos "sinceros" de seus candidatos. A edição deve ser rápida, vibrante. O roteiro, interessante. O eleitor terá que se sentir cativado pelo conteúdo para, em seguida, se identificar com o que vê e ter mais facilidade para se decidir.

Sem trucagens

Espera-se, no entanto, que por trás dos recursos televisivos não existam intenções dissimuladas e trucagens com o propósito de engambelar os eleitores desatentos. A esse tipo de marketing, a democracia deve reservar um papel cada vez mais secundário, rejeitando-o até para a preservação do bem público.

No mais, cada candidato, obviamente, irá explorar o que tem de melhor – e tratar de esconder suas falhas e pontos fracos.

Silval, por exemplo, irá bater no discurso da continuidade, da estabilidade conquistada nos últimos anos e da certeza do avanço qualitativo que Mato Grosso pode experimentar. Ele irá explorar as conquistas do governo Blairo Maggi nas áreas de habitação, pavimentação de estradas e no setor social.

Assim como a presidenciável Dilma Roussef fará com Lula, o candidato governista irá usar e abusar de seu avalista político Maggi, que goza de prestígio e popularidades estratosféricos.

Wilson Santos, apesar dos percalços de sua gestão, se apresentará como um administrador eficiente, que cumpriu a maioria de suas promessas eleitorais. Ele também irá explorar sua experiência como político, que começou de baixo, como vereador, passando por deputado estadual, federal e prefeito por duas vezes. "Sou o mais preparado", "sou o mais experiente", entre outras citações, deverão ser a tônica do discurso tucano.

Já Mauro Mendes deverá continuar a bater na tecla de que é um empresário bem sucedido, de origem humilde, sem tradição na política e apto a implantar um sistema de gestão diferenciado, com foco nos resultados. A fluência e a boa imagem são fatores que lhe beneficiam.

O horário eleitoral na TV será, portanto, um espetáculo à parte, que marcará o início da campanha em toda a sua plenitude – até agora, o que se viu, foram ensaios e atuações tímidas, sem muito impacto.

Que os candidatos mantenham a serenidade, o bom senso e a decência. E saibam respeitar seus telespectadores, sem estratégias ardis ou tentativas de engodos visando à conquista dos votos a qualquer preço. Aos candidatos que partirem para esse baixo nível, espera-se que a sociedade saiba repudiá-los.

No mais, espera-se que os eleitores tenham senso crítico e extrema cautela em suas escolhas. O futuro e a democracia agradecem.  

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