O advogado Alexandre Nery, que defende o assessor parlamentar André Sousa, preso por suspeitas de abusar sexualmente da própria filha, afirmou que as acusações não foram comprovadas. "É um absurdo o que estão fazendo. Na conclusão do inquérito, a delegada responsável deixou evidente que não foi comprovado que André abusou da sua filha", disse.
Segundo o inquérito, dia 21 de setembro de 2009, Érica Bussiki, mãe da menina, registrou um boletim de ocorrência contra André Moraes. Eles eram casados à época. Em depoimento, ela afirmou que no dia anterior, quando chegou em sua residência, a filha, que na época tinha dois anos, apontou para as genitálias e reclamou de dores. A filha disse que o pai teria mexido nas suas partes íntimas.
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"Ela me disse que o pai mexeu na sua genitálias (apontando para as partes íntimas). Logo depois, conversei com André e disse que isso nunca poderia ter ocorrido. Peguei as minhas coisas e fui embora de casa com a minha filha", afirmou Érica Bussiki, em depoimento na Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica).
Uma empregada doméstica, que trabalhava com a família, também prestou depoimento. Ela estava na casa no momento em que o fato ocorreu. À polícia, ela disse que a criança era ressecada e que precisava comer frutas, como mamão e ameixa, para poder defecar diariamente. Segundo ela, nessa tarde, o pai estava no quarto com a filha, trocando sua fralda, quando ela começou a fazer cocô.
"Na hora em que saiu o cocô, como estava duro e machucando, o pai pegou no cocô, e partiu-o no meio para ajudá-la. Por isso doeu", disse a empregada, que ressaltou que o pai sempre foi presente e que "a menina tinha um carinho enorme por ele".
Outros depoimentos que pesam contra André Luiz Moraes são os da família de Érica Bussiki. Seu pai e seu irmão relataram à polícia que, no dia 15 de julho de 2009, em sua residência, na Chapada dos Guimarães, a avó materna disse que viu André carregando a menina no colo e pegando nas partes íntimas da criança quando a carregava. Porém, a avó que teria visto a cena não prestou depoimentos na polícia.
A delegada responsável pelo inquérito, Liliane de Souza Santos, afirmou na conclusão do processo que não foi comprovado nem um tipo de abuso sexual. Na conclusão da perícia anexada ao inquérito, foi comprovada a ausência da lesão – e o hímen da menina estava integro.
André Luiz Moraes Souza foi preso na manha desta terça-feira em cumprimento a um mandado da 1ª Vara de Violência Doméstica. Ele teve a prisão preventiva pela garantia da ordem pública, decretada pela juíza Ana Cristina Silva Mendes.
O advogado Alexandre Nery afirmou que entrará amanhã com um Hábeas Corpus em favor de seu cliente. "É um tipo de acusação gravíssima e não se verificou, na minha opinião, os fundamentos para a prisão. Quando a polícia divulga uma notícia dessas, a tendência natural é a opinião pública já fazer o julgamento e condenar o suspeito. Vamos provar sua inocência e, posteriormente, entrar com um processo por danos morais", afirmou.