Bancos privados de cordão umbilical aumentam

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Há um mês, o filho de Ana Paula Sales nasceu. Com medo de que possíveis doenças afetem o seu bebê no futuro, ela decidiu guardar o sangue do cordão umbilical do pequeno Miguel.

 

– Todo dia mais uma pesquisa é realizada com sucesso. Então, com certeza eu fiz [o armazenamento] para [os resultados] que já têm e para os que virão.

Com os avanços da ciência, as famílias passaram a enfrentar uma nova dúvida no momento do nascimento de seus filhos, com relação ao armazenamento do sangue do cordão umbilical.

Esse cordão é rico em células-tronco, que são capazes de se transformar em outros tecidos, nervos, músculos e ossos, por isso representam uma esperança na luta contra inúmeras doenças.

Com esse objetivo, cientistas pesquisam o uso dessas células para o tratamento de doenças como Parkinson e o diabetes. No entanto, só existem resultados comprovados para o tratamento de alguns tipos de leucemia e para o câncer de medula óssea.

Diante desse panorama, as famílias ficam entre duas alternativas. De um lado, elas podem armazenar o sangue em um banco privado, acreditando que o avanço da ciência permita o uso desse material no futuro.

Por outro lado, o sangue do cordão pode ser doado para um banco público, possibilitando que outras pessoas usem as células-tronco em seus tratamentos.

Segundo Telma Kuhn, diretora técnica de um banco de cordão umbilical privado, é importante armazenar o sangue dos cordões.

No entanto, a hematologista Ângela Luzo, uma das primeiras cientistas a pesquisar o tema no país, afirma que não há garantia de que no futuro possam ser usadas as células-tronco do cordão armazenadas hoje.

– Como comparação, seria dizer que: eu vou comprar um terreno na Lua porque um dia a Terra vai acabar.

Luzo afirma ainda que, até para os casos de doença do sangue, o mais indicado é usar células de doadores.

Mesmo com as incertezas, os bancos privados de sangue de cordão se multiplicam. A estimativa é que pelo menos 25 mil famílias já tenham recorrido a esses bancos.

A coleta é feita logo depois do parto, sem complicação para mãe ou para o bebê.

Algumas delas, no entanto, preferem doar esse sangue para um banco público, pois têm a certeza que, se não forem usados para o tratamento de algum paciente, essas células-tronco serão utilizadas em pesquisas.

Veja mais no vídeo abaixo:

 

 

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