Você acha que o Irã vai cumprir o acordo nuclear?
Segundo o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Ahmet Davutoglu, o acordo foi fechado após 18 horas de negociações entre diplomatas iranianos, turcos e brasileiros. A solução para a questão nuclear era o principal objetivo do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que chegou ao Irã no último sábado (15) para uma polêmica visita oficial.
Lula está acompanhado do primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que havia cancelado sua ida ao Irã, mas que acabou viajando de última hora para se juntar ao presidente brasileiro na tentativa de convencer a República Islâmica a aceitar a proposta, originalmente feita pela AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), sobre a troca de urânio. A Press TV, canal oficial de TV em inglês do Irã, disse que a agência da ONU será notificada do acordo em até uma semana.
Pelo acordo, o Irã enviará 1.200 kg de urânio de baixo enriquecimento (3,5% de grau de pureza) à Turquia em troca do combustível nuclear enriquecido (20% de grau de pureza) para um reator usado em pesquisas médicas em Teerã.
A confirmação do acordo já era esperada após Davutoglu ter informado, no fim da tarde deste domingo (16), que as negociações estavam costuradas.
Lula se encontrou com Ahmadinejad na manhã e na tarde deste domingo, mas os governantes apenas enfatizaram o reforço de suas relações bilaterais, deixando de fora qualquer comentário sobre a questão nuclear. Endorgan, que está hospedado no mesmo hotel do líder brasileiro, conversou com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, nesta última semana, antes de decidir ir ao Irã.
Última chance para o Irã
A Turquia era vista como parte crucial do acordo nuclear que Lula tentava costurar com o Irã, já que os turcos eram considerados mais 'confiáveis' pela República Islâmica do que a França, país que, pela proposta original da AIEA, receberia o urânio do país.
A mediação brasileira na questão iraniana era vista por EUA e Rússia como a última chance do Irã para evitar novas sanções econômicas da ONU (Organização das Nações Unidas). EUA, França, Reino Unido, Alemanha e Israel acusam o Irã de querer desenvolver bombas nucleares e pressionam por medidas mais duras contra a República Islâmica.