Índios resistem à usina e paralisam balsa no Xingu

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Indignados com o leilão da Usina de Belo Monte, lideranças indígenas do Xingu, em Mato Grosso, decidiram paralisar, a partir desta quinta-feira (22), a travessia da balsa no Rio Xingu, operada pelos índios. 

A travessia liga São José do Xingu (1.200 km a Nordeste de Cuiabá) a outros municípios de Mato Grosso e também do Pará. Por dia, cerca de 60 caminhões, 30 veículos de passeio e ônibus usam os serviços da embarcação.

A ação é o primeiro de muitos protestos programados pelos povos do Xingu no estado contra a construção do empreendimento. "Se quiser construir Belo Monte deve mandar matar todos os índios", disse o cacique kaiapó Megaron Txcurramãe.

Traição

Segundo o cacique, as lideranças reunidas na aldeia Piaraçu, na terra indígena Capoto-Jarina, discutem a questão da usina como "mais uma traição" do governo brasileiro (Lula) e do presidente da Fundação Nacional do índio (Funai), Marcio Meira, contra os povos indígenas. "Se não querem respeitar nós (sic), nós não vamos respeitar a eles", disse.

O cacique kaiapó disse que, além da "preocupação com os prejuízos que devem acontecer 'caso' a usina seja realmente construída", os índios também já estão receosos com a viabilização do projeto de construção do complexo de hidrelétricas previsto no Rio Xingu.

"Se eles conseguiram passar Belo Monte, agora vai ser mais fácil implantar outros projetos no rio", disse. "Se o governo quer acabar com índios, então ele deve mandar o Exército matar os índios e tomar as terras, porque os índios vão resistir", afirmou Megaron.

Esta é a segunda vez que os kaiapós decidem parar os serviços de travessia da balsa no Rio Xingu em protesto contra a construção da usina de Belo Monte, em Altamira do Pará.

A primeira aconteceu em 2009. A manifestação reuniu, durante seis dias, lideranças das 15 etnias que moram no Parque do Xingu, e cerca de 300 pessoas. O movimento foi liderado pelo cacique Raoni Metuktire, que também estará presente na manifestação que começa nesta sexta feira

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