A Polícia Federal estima que a quadrilha presa durante a Operação Bismark, por fazer saques fraudulentos de seguro desemprego e do Programa Integração Social (PIS), causou prejuízos de mais de R$ 1 milhão, durante dez meses.
Em coletiva nesta sexta-feira (5), o delegado federal Bernardo Bond informou que a fraude era realizada por uma equipe de 50 pessoas, divididas em sete grupos. Deste total, três eram servidores temporários do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e dois, servidores da Caixa Econômica, sendo um deles efetivo e que atuava no Estado de Rondônia. O outro temporário agia em Pernambuco (PE).
De acordo com o delegado, os acusados obtinham, junto aos funcionários da Caixa e do MTE, os dados pessoais dos trabalhadores que tinham direito ao seguro desemprego e ao PIS, bem como a data em que os benefícios estariam disponíveis.
Dessa forma, fraudavam os documentos (identidade, carteira de trabalho e certidão de dispensa) e sacavam os valores que variavam de R$ 400 a R$ 1,2 mil. Os saques chegavam a R$ 20 mil/mês por pessoa, que viajava por vários Estados praticando a fraude. Segundo a PF, há casos onde a mesma pessoa sacava até três parcelas do seguro desemprego.
Prisões
Bernardo Bond informou que metade dos integrantes da quadrilha realizava a fraude em Mato Grosso e, em sua maioria, não trabalham e tinham o dinheiro do saque fraudulento como fonte de renda.
Ele destacou que o bando pagava, em média, R$ 100 por cada informação privilegiada. O bando era formando por pessoas, com idades que variavam de 23 a 30 anos.
Na operação, deflagrada na manhã de hoje, foram expedidos 78 mandados judiciais, sendo 50 de prisões temporárias e 28 de busca e apreensão. De acordo com a PF, até o momento, foram realizadas 40 prisões, nos seguintes municípios: Cuiabá e Várzea Grande (16), Cáceres (1), Rondonópolis (1), Goiânia/GO (5), Belo Horizonte/MG (3), Natal/RN (3), Mossoró/RN (1), Petrolina/PE (3), Porto Velho/RO (1), São Paulo/SP (4), Fortaleza/CE (1) e São José dos Campos/SP (1).
Os presos foram indiciados pelos crimes de quadrilha ou bando, corrupção passiva (servidores públicos), corrupção ativa, falsificação de documentos públicos e particular, uso de documentos falsos e lavagem de dinheiro.
De acordo com o delegado, foram dez meses de investigação e, dentre as diligências realizadas, estão a quebra dos sigilos de comunicação eletrônica e bancário. No ano passado, dez pessoas foram presas em flagrante, vários documentos falsificados e ainda materiais utilizados para falsificação.
A operação foi realizada nos Estados de Mato Grosso, Minas Gerais, Rondônia, Goiás, Pernambuco, Rio Grande do Norte, São Paulo, Ceará e Paraíba.
O prejuízo ficou com a União, uma vez que a Caixa Econômica reembolsa o cidadão que tinha direito do beneficio.
Bismark
O nome da Operação Bismark faz referência ao estadista alemão Otton Von Bismark, criador de vários benefícios trabalhistas na Alemanha do Século XIX.