Um pastor, identificado como Ney Valdecy Ferreira, está
sendo acusado de ter “espancado” a fiel Maria Aparecida, 54 anos, e a filha
dela dentro da Igreja Pleno Amor, no bairro Pedregal, em Cuiabá. De acordo com
testemunhas, o caso aconteceu durante uma discussão que se iniciou no culto do
último domingo (20).
Segundo as informações, as agressões ocorreram após a filha de Maria chegar ao
templo para deixar a filha com o ex-marido, que também participava da
celebração. Segundo ela, o pastor Ney teria ficado incomodado com sua presença
pelo fato dela ser divorciada e tentou puxá-la pelo braço.
“Ele pegou no meu braço e perguntou o que eu estava fazendo dentro da igreja.
Perguntou se eu não tinha vergonha de estar lá sendo ex-mulher [de um dos
fiéis]. Eu só fui deixar minha filha com o pai dela, com quem fui casada 17
anos”, relatou a filha de Maria, que não quis se identificar.
Nesse momento, uma das filhas do pastor de Ney, uma adolescente de 14 anos, foi
tirar satisfações com Maria. Em seguida, a jovem começou pressionar a idosa
contra parede.
“Eu estava em pé, quando ela [filha do pastor] ouviu minha filha gritando
‘solta’ para o pai dela. Ela veio me perguntar porque minha filha estava falado
alto com ele. Depois, me pressionou na parede”, esclareceu Maria.
Exaltado, o pastor Ney se aproximou, afastou a filha e iniciou as agressões
contra Maria. “Ele empurrou a filha dele e do jeito que eu estava parada, ele
foi me esmurrando. Eu cai, ele acertou chutes, murros nos olhos e na cabeça”,
complementou Maria.
Após a “sessão de espancamento”, o rosto de Maria ficou completamente inchado.
A filha dela também sofreu arranhões no braço.
Diversos membros da igreja compartilharam a denúncia e diante da repercussão do
caso, o pastor Ney excluiu o seu perfil nas redes sociais. De acordo com a
Polícia Militar, a equipe do 3º Batalhão foi acionada e informada que houve
agressão a duas pessoas da igreja contra duas mulheres.
Chegando ao local, a polícia encontrou uma das vítimas com hematomas pelo
corpo, que precisou receber atendimento médico por conta das agressões
sofridas. A Delegacia Especializada dos Direitos da Mulher (DEDM) deve
investigar o caso e o pastor responderá por lesão corporal.
OUTRO LADO
Em entrevista à TV Vila Real (Canal 10), o pastor Ney relatou que ele e os
fiéis foram separar a briga de entre Maria e a filha dele. O líder religioso
também negou as agressões, mas não soube explicar os hematomas deixados no
rosto da vítima.
“Todos nós corremos para separar eu até dei oportunidade para eles orarem no
final. Vocês também tem que ver as fotos do pescoço da minha filha, da minha
esposa, como está. Foram elas que agrediram primeiro. Só assim que vão poder
julgar”, concluiu.
Folhamax