O preço da cesta básica aumentou, no mês de agosto, em
13 das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e
Estudos Socioeconômicos (Dieese), na comparação com o mês anterior. Em quatro
capitais (Curitiba, Brasília, Natal e João Pessoa), o custo da cesta básica
diminuiu.
Os dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos
levam em conta os preços do conjunto de alimentos básicos, necessários para as
refeições de uma pessoa adulta – conforme Decreto-Lei 399/38 – durante um
mês.
O tempo médio de trabalho necessário para adquirir os
produtos da cesta nas capitais pesquisadas, em agosto, foi de 99 horas e 24
minutos, maior do que em julho, quando ficou em 98 horas e 13 minutos.
O Dieese verificou também que o trabalhador comprometeu, em
agosto, na média, 48,85% do salário-mínimo líquido – ou seja, após o desconto
referente à Previdência Social – para comprar os alimentos básicos para uma
pessoa adulta. Em julho, o percentual foi de 48,26%.
CESTA MAIS CARA
Entre as capitais analisadas, a cesta básica mais cara foi a
de São Paulo, onde o preço médio ficou em R$ 539,95; seguida por Florianópolis,
com R$ 530,42. As cestas mais baratas foram as de Aracaju, com preço médio de
R$ 398,47; e de João Pessoa, R$ 414,50.
Em São Paulo, houve alta de 2,9% na comparação com julho. No
ano de 2020, o preço do conjunto de alimentos aumentou 6,6% e, nos últimos 12
meses, 12,15%. Na cidade de São Paulo, especificamente, o tempo médio de
trabalho necessário para adquirir os produtos da cesta, em agosto, foi de 113
horas e 40 minutos, e o valor da cesta corresponde a 55,86% do salário-mínimo
líquido.
Com base na cesta mais cara de agosto, que foi a da
capital paulista, o Dieese estima que o salário-mínimo necessário para o
sustento de uma família de quatro pessoas (dois adultos e duas crianças)
deveria ser a R$ 4.536,12, o que corresponde a 4,34 vezes o mínimo vigente de
R$ 1.045.
Percentualmente, a maior alta mensal ocorreu em Vitória, com
5,08% de aumento, o que deixou o valor da cesta em R$ 509,45. Considerando a
variação no ano de 2020, Salvador teve a maior alta (16,15%), deixando o preço
da cesta em R$ 418,72. Já nos últimos 12 meses, a maior alta foi registrada no
Recife, um aumento de 21,44%, resultando na cesta de R$ 439,19.
Agência Brasil