A onda de violência que atinge o Ceará, desde o dia 2 de janeiro, preocupa outros estados.
Durante essa semana, o Pará também solicitou que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, autorize o envio da Força Nacional ao estado.
De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup), a formalização do pedido ocorreu, como primeiro ato do governo, no dia 2.
Na sexta-feira (4), segundo informou a pasta, o novo governador Helder Barbalho (MDB) ligou para Moro para tratar sobre a solicitação.
“Na ocasião, o ministro garantiu que irá analisar o pleito o mais breve possível”, diz.
Já o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), tem uma reunião marcada com o ministro nesta quarta-feira (9), para tratar da situação dos presídios no estado.
O objetivo do encontro com Moro é abordar o aprimoramento da gestão do sistema prisional capixaba. Segundo a assessoria do governador, a conversa tem caráter “preventivo”.
Nesta terça-feira (8), o governo do ES criou uma comissão para tratar do assunto. Dentre as medidas discutidas estão o uso do sistema eletrônico de execução penal, a realização de audiências de custódia por meio de videoconferência e a expansão do uso de tornozeleiras eletrônicas, além da abertura de mais 800 vagas no Complexo de Xuri. O estado tem 8,6 mil presos a mais do que comportam seus presídios.
Violência no Ceará
Há sete dias, desde o dia 2, o Ceará enfrenta uma onda de ataques organizada por facções criminosas. Para conter a violência, a Força Nacional foi enviada para fazer a segurança do estado.
Nesta terça, desembarcaram mais 200 agentes da Força Nacional, para se juntarem aos 300 soldados que já atuam no Ceará desde o fim de semana. Também haverá o reforço 43 policiais e agentes de inteligência vindos de três Estados – Pernambuco, Piauí e Santa Catarina. Na semana passada, a Bahia já havia enviado 100 PMs.
Números mais recentes mostram que já foram registrados 180 ataques em todo o estado. Nesta madrugada, criminosos explodiram uma ponte no km 6 da BR-222, no bairro São Geraldo, em Caucaia, a 18 km de Fortaleza. Ônibus foram incendiados na capital e no interior.
De acordo com a Secretaria de Segurança, foram detidos 185 suspeitos – 156 adultos e 29 adolescentes – de envolvimento nos crimes. A Secretaria de Administração Penitenciária afirma que 20 líderes de facções foram transferidos para presídios federais.
A violência começou em represália a uma fala do secretário de Administração Penitenciária (SAP), Mauro Albuquerque, sobre maior rigor na fiscalização dos presídios.
“Só a indicação dele já causou essa reação dos criminosos. O Governo do Estado do Ceará já conhecia o trabalho do secretário no Rio Grande do Norte. Obviamente também a criminalidade já conhecia já que é um estado vizinho e próximo”, disse o secretário da Segurança Pública do Ceará, André Costa.
(Com Estadão Conteúdo