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A promessa de doar 500 mil reais ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) colocou a herdeira Roberta Luchsinger, de 32 anos, na mira da Justiça. Neta do ex-banqueiro suíço Peter Paul Arnold Luchsinger, morto em julho deste ano, Roberta foi intimada a pagar uma dívida de 62 mil reais com uma loja de decoração por causa de suas declarações.
A decisão proferida pelo juiz Felipe Albertini Nani Viaro, da 26ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, estipulou um prazo de dez dias para que Roberta indique bens passíveis de penhora. O não cumprimento da medida implicaria numa multa de até 20% do valor atualizado do débito.
De acordo com o juiz, Roberta deverá se abster de qualquer ato de “disposição graciosa de bens” até que pague a integralidade da dívida. Caso ela insista em dar a quantia a Lula antes de quitar o débito, o magistrado diz que poderá considerar a doação uma “fraude à execução”.
Ajuda a Lula
Ao jornal Folha de S.Paulo, Roberta declarou que doaria ao ex-presidente um cheque de 28 mil francos suíços (cerca de 93 mil reais) dado pelo avô, um ex-acionista do banco Credit Suisse. Além disso, daria um relógio Rolex, um anel de diamantes Emar Batalha, um vestido Dolce & Gabbana e uma bolsa e uma mala de grife. Tudo estava avaliado em 500 mil reais.
A doação, diz, seria feita para ajudar o petista, que teve dinheiro e bens bloqueados pelo juiz Sergio Moro , responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, em razão de sua condenação por corrupção e lavagem de dinheiro no processo envolvendo um tríplex no Guarujá (SP) , que seria de Lula e fruto de propina oriunda de contratos da Petrobras. O bloqueio atingiu 606 mil reais em dinheiro (em contas bancárias), três apartamentos, um terreno, dois veículos e cerca de 9 milhões de reais em previdência privada.
Roberta é mineira, mas vive em Higienópolis, bairro nobre na região central de São Paulo. Ela foi casada com o ex-delegado da Polícia Federal e ex-deputado federal pelo PCdoB Protógenez Queiroz, que hoje vive na Suíça depois de ter sido condenado por violação de sigilo na Satiagraha, uma das operações pioneiras da PF contra corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo políticos, empresários, doleiros e banqueiros, em 2004. A bilionária, que renega o rótulo de socialite, quer se candidatar a deputada estadual pelo PCdoB, partido ao qual é filiada, no ano que vem.