A Gazeta
A bandeira tarifária de junho foi mantida na cor verde, conforme anunciou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Este é o 3º mês que não haverá cobrança extra aos consumidores, desde que o regime foi implantado, em janeiro de 2015.
De acordo com o órgão regulador, entre os fatores preponderantes para a manutenção da cor da bandeira está o resultado positivo do período úmido, que recompôs os reservatórios da hidrelétricas.
Ainda conforme a agência, também houve aumento de energia disponível com redução de demanda, principalmente da diminuição da atividade industrial no últimos meses, o que ajudou na recomposição dos reservatórios das usinas hidrelétricas. Um 3º motivo que impulsionou a manutenção da bandeira verde em junho é a adição de novas usinas ao sistema energético.
O presidente do Conselho dos Consumidores de Energia de Mato Grosso (Consel/MT), Marco Antônio Guimarães Jouan, avalia que apesar da diminuição nos valores da conta de energia elétrica, muitos consumidores acabam relatando um aumento no preço da tarifa a cada mês.
“Isso ocorre porque é comum que os consumidores avaliem quanto estão pagando na conta final, e não o consumo em si, ou seja, os quilowatts se transformam em reais, o que pode parecer um aumento no valor”.
Jouan recomenda que a melhor forma de aferir o valor é por meio do consumo real, e se houver qualquer incongruência entre o gasto e o faturado deve-se acionar os órgãos competentes, incluindo a concessionária, o Procon e o Consel.
Cenário
A bandeira verde é acionada quando o Custo Marginal de Operação (CMO), indicador que demonstra o custo de geração da usina mais cara em operação em todo o país, fica abaixo dos R$ 211,28 por megawatt-hora (MWh) em todas as regiões.
Porém, segundo a Aneel, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informou que será necessário acionar a usina termelétrica de Celso Furtado, na região Nordeste, na 1ª semana de junho. Como o custo de geração de energia dessa usina é de R$ 259,43 por megawatt-hora (MWh), em tese, seria necessário o acionamento da bandeira amarela.
Porém, como existia um saldo positivo de R$ 3,2 bilhões na conta centralizadora das bandeiras tarifárias, que arrecada os recursos pagos por meio da conta de luz, a Aneel decidiu que seria possível manter a bandeira verde.
A bandeira amarela, que adiciona R$ 1,50 a cada 100 quilowatt-hora de consumo na conta de luz, havia vigorado em março. De janeiro de 2015 a fevereiro de 2016, vigorou a bandeira vermelha, que sinaliza piores condições de geração de energia. Atualmente, a bandeira vermelha adiciona uma cobrança de R$ 3,00 ou R$ 4,50 a cada 100 kWh de consumo.