Só em casa, China ‘torrou’ mais de R$ 476 mi com desconhecidos e gastou mais que 5 ligas

50 milhões de euros por Alex Teixeira. 42 milhões de euros por Jackson Martínez. 28 milhões de euros por Ramires. 18,5 milhões de euros por Elkeson. 18 milhões de euros por Gervinho. 14 milhões de euros por Paulinho.

Só esses números já seriam suficientes para comprovar a força com que os chineses entraram no futebol e o desprendimento para gastar o quanto for preciso a fim de levar os jogadores que desejam. Mas há outro lado que só reforça o quanto o mundo chinês não poupou esforços na hora de contratar.

Durante o mercado de inverno no país, o valor gasto pelos clubes tanto da primeira quanto da segunda divisão chinesa para contratar atletas nascidos no país, de acordo com o siteTransfermarkt, chegou a incríveis 110,9 milhões de euros (R$ 476,8 milhões). E quase todos com certeza você nunca sequer ouviu falar.

Esta quantia supera o montante gasto na última janela de transferências por cinco das mais importantes ligas do mundo, como a Serie A Tim, na Itália (R$ 383 milhões), a Bundesliga, na Alemanha (R$ 207 milhões), a Liga BBVA, na Espanha (R$ 145 milhões), a Ligue 1, na França (R$ 142 milhões), e a Championship, segunda divisão inglesa (R$ 165 milhões).

Se considerarmos apenas os negócios entre atletas chineses e deixarmos de lado as transações com estrangeiros, o mercado chinês ainda assim seria o segundo que mais gastou, ficando atrás apenas da Premier League, a primeira divisão inglesa.

Ao todo, foram 31 negociações entre jogadores chineses dentro do próprio país na última janela, o que dá uma média de R$ 15,3 milhões por cada transação realizada.

Com tanto dinheiro rolando por lá, a supervalorização dos atletas chega a impressionar. Por quase 11 milhões de euros (R$ 47,3 milhões), o zagueiro Yangyang Jin trocou o Guangzhou R&F pelo Hebei China Fortune e foi o jogador chinês mais caro a se transferir internamente.

© Divulgação/Guangzhou R & F Com passagem pelo Corinthians, Zhizhao foi negociado por R$ 15 milhões

E o mais barato pelo menos saiu dos padrões dos grandes negócios. Por 63 mil euros (R$ 270 mil), o meia Xiaoting Li, por empréstimo, trocou o Nei Mongol Zhongyou, da segunda divisão, pelo Changchun Yatai FC, da primeira.  

O clube que mais apostou na força de seus “talentos” foi o Hebei China Fortune, equipe que também apostou nos estrangeiros, contratando o argentino Lavezzi e o marfinese Gervinho. Ao todo, foram 30,4 milhões de euros (R$ 130,7 milhões) investidos para tirar chineses de outros clubes e colocá-los em seu elenco. 

Outro que se destacou pelas aquisições foi o novo time de Vanderlei Luxemburgo, Luis Fabiano, Jádson e Geuvânio. O Tianjin Quanjin, que vai lutar para subir de divisão, realizou a segunda e terceira negociações mais caras entre atletas locais: pagou 9,8 milhões de euros (R$ 42,1 milhões) pelo goleiro Zhang Lu, ex-Liaoning Whowin, e outros 9,2 milhões de euros (R$ 39,5 milhões) pelo atacante Ke Sun, ex-Jiansung Suning.

De tantos nomes desconhecidos que movimentaram fortunas no país asiático, um chama atenção e é bem conhecido do torcedor corintiano. O atacante Zizao, que passou pelo clube alvinegro entre 2012 e 2013 e jogou apenas cinco jogos, foi negociado pelo Beijing Guoan com o Guangzhou R&F por 2,55 milhões de euros (R$ 10,9 milhões).

Sem pudor na hora de gastar, o mercado chinês encerrou seu período de negociações com o exterior na última sexta-feira (26 de fevereiro), chegando a incríveis 390 milhões de euros (R$ 1,7 bilhões) gastos em jogadores das mais diversas nacionalidades, tornando-se o país que mais investiu na última janela.

Com tanto dinheiro sobrando, a sede dos chineses em continuar contratando não deve parar tão cedo, seja tirando os melhores jogadores da Europa ou investindo milhões nos seus próprios e não menos “valiosos” jogadores.