O senador Blairo Maggi (PR), que defende o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), disse na manhã desta terça-feira (8) que dificilmente o Congresso Nacional deixará de entrar em recesso por causa da abertura do processo de cassação, principalmente o Senado Federal, que depende da decisão da Câmara para entrar em cena nessa questão.
“Eu sempre defendi que se a Câmara fosse fazer (abrir o processo) que fizesse logo e colocasse esse processo para andar, afinal, da maneira indefinida como as coisas vinham caminhando não é bom para ninguém. Acho que devemos agora dar o melhor andamento possível para que as coisas se resolvam o mais rápido possível. O país não pode parar”, argumentou.
O fato do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ter aberto o pedido de impeachment de Dilma Rousseff, segundo Blairo Maggi, foi muito mais do que a intenção de “tirar os holofotes” da sua imagem.
“Em minha opinião, ele negociou com a oposição os votos necessários para não ser alvo do processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara, coisa que o PT se negou a fazer. Então, ele aproveitou o fato do pedido ter sido assinado por juristas renomados como Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior e promoveu a abertura do processo. Agora é ver no que vai dar”, disse.
De acordo com o ainda republicano, o clima tenso e de disputa que tomou conta de Brasília após a abertura do processo é normal. “Daqui para frente cada um vai jogar como pode, as negociações estão em aberto e todos vão correr atrás das melhores alternativas”, completa.
Carta de Temer
Praticamente filiado ao PMDB desde o dia 17 de novembro, aguardando só a aprovação da PEC que garante a mudança de partido sem o risco da perda de mandato, pelo Senado, Blairo Maggi disse que, apesar do “recado duro” que o vice-presidente Michel Temer deu por meio da carta encaminhada à presidente Dilma, foi uma forma de mostrar que não existe a necessidade das cobranças de fidelidade que são feitas quase que diariamente pela presidente, em suas falas.
“Foi uma forma de garantir até uma orientação para o partido, que está dividido, não há como negar, de como a direção pensa. Não vejo nada além disso”, explica o senador.