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O ex-deputado estadual Maksuês Leite, arrolado como testemunha de acusação no processo que culminou na prisão do ex-deputado José Riva (sem partido) pela Operação Ventríloquo, em depoimento à juíza Selma Rosane Santos Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, revelou que recebia mensalmente R$ 30 mil por fora para bancar despesas como compras de caixões, sepultamentos, festas e outras.
O ex-deputado negou conhecimento sobre o esquema que desviou cerca de R$ 9,6 milhões da Assembleia Legislativa, valor que deveria ser pago ao banco HSBC pela contratação de seguros aos servidores da Casa, na época em que Riva era o presidente na década de 90.
Maksuês afirmou que além da Verba Indenizatória (VI) recebia R$ 30 mil não declarados. “Conversei com Riva antes de 2011 e ele me disse sobre uma forma de receber este dinheiro. Eu recebia um complemento para pagar despesas. Não assinava nada, o meu gabinete não tocava se não tivesse o recurso. Todo dia era eleitor pedindo isso ou aquilo”.
Conforme Maksuês, o dinheiro foi recebido entre os anos de 2007 a 2010. E quem repassava o “mensalinho” era o ex-secretário-geral da Assembleia, Edemar Nestor Adams.
Ele disse ainda que não tem conhecimento sobre a operação e nega que o dinheiro servia para comprar votos dentro do parlamento com relação a aprovações de projetos e outros. “ Nunca foi pedido para mim votar nada em favor ou não do Executivo”.
O ex-deputado citou que a atual Verba Indenizatória de R$ 65 mil é regularizada e representa os R$ 30 mil da época. “Eles legalizaram hoje o dinheiro que pegávamos antes. Nunca conseguiram regularizar esses R$ 30 mil”.
Dos denunciados na Operação Ventríloquo, Maksuês disse conhecer apenas José Riva e o ex-secretário de Finanças da Assembleia Legislativa, Luiz Márcio Bastos Pommot.