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A delegada especializada de Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz), Alexandra Campos Mensch Fachone, apresentou na tarde desta quarta-feira (21) o resultado parcial da Operação BB Pag deflagrada na semana passada. As investigações concluíram que o dinheiro desviado era repassado diretamente nas contas dos empresários envolvidos.
O resultado do relatório realizado pela Controladoria Geral do Estado de Mato Grosso (CGE-MT) mostrou que grande parte do dinheiro desviado do BB Pag saía através de saques, outros em cheques e alguns em transferências bancárias. Os beneficiados pelo desvio eram parentes dos envolvidos no esquema ou também para quitar débitos dos credores dos beneficiados.
A delegada afirma que os suspeitos praticaram diversos crimes contra o patrimônio público. “Apuramos até o momento que os investigados praticaram os crimes de peculato, associação criminosa, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e falsidade ideológica”.
Questionada sobre a destinação do dinheiro desviado da Conta Única, a delegada informou que está apurando se o uso de parte dos valores montante foi destinado ao finacimento de campanha eleitoral. “Existe esta possibilidade, mas a gente ainda não comprovou. Esta é uma das nossas linhas de investigação”.
Reprodução PJC Lucival Candido Amaral (ao centro) é apontado como chefe do núcleo de desvio das empresas de fomento. |
As empresas LD Fomento e LCA Fomento do empresário Lucival Cândido Amaral e seu filho Djalma Ferreira da Silva receberam R$ 26 milhões em desvios. Ambos estão presos temporariamente até o próximo sábado (24).
A investigação teve início quando a servidora Magda Mara Curvo, lotada na Secretaria de Fazenda (Sefaz) foi denunciada por ostentar patrimônio incompatível com seu salário recebido por servidora pública, com casas e carros de luxo.
O inquérito corre em sigilo e a previsão de concluir os trabalho é no primeiro semestre de 2016.
As prisões preventivas foram pedidas para não prejudicar a coleta de documentos e provas da investigação ou até mesmo que os líderes manipulassem o depoimento de parente que receberam o dinheiro ilegal.
O relatório da CGE concluiu que cinco empresa que possuíam vinculo com o poder público e oito sem vinculo com o governo recebiam o dinheiro ilegal a partir dos quatro núcleos formados, entre eles de servidores da Sefaz e empresas de fomento.
Entenda o caso
A Defaz deflagrou a Operação BB Pag na última quinta-feira (15) para cumprir 78 ordens judiciais, entre mandados de prisão e busca e apreensão em Cuiabá e interior do Estado e nas cidades de Tubarão (SC) e Soledade (RS). Foram expedidos pela juíza Selma Rosane Santos Arruda, 34 mandados de prisão temporária e 44 mandados de busca e apreensão domiciliar.
A operação foi deflagrada com objetivo de concluir as investigações iniciadas no ano de 2012, destinadas a apurar o desvio de dinheiro público do governo do Estado de Mato Grosso por meio do Sistema Eletrônico disponibilizado pelo Banco do Brasil denominado BB PAG, que teria causado um rombo de R$ 101 milhões aos cofres públicos.