Cunha diz que contas de Dilma não devem ser votadas este ano

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O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse nesta quinta-feira não acreditar que as contas de 2014 do governo da presidente Dilma Rousseff, com parecer pela reprovação aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), dificilmente serão apreciadas pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) ainda este ano. Segundo Cunha, há outras propostas pendentes de decisão, como a Lei de Diretrizes Orçamentárias e o próprio orçamento de 2016. Cunha, no entanto, continua sem responder sobre as contas secretas dele e de sua família na Suíça.

— Não vou falar, é a mesma posição. Falará meu advogado. O que tinha que falar me expressei por nota. O assunto para mim é exatamente o mesmo. Cada hora sai uma coisa diferente, variações do mesmo tempo, contraditórias uma com a outra. Vamos deixar que aconteça aquilo que é um fato e, a partir do fato, meus advogados falam _ disse o presidente.

Os jornalistas insistiram, perguntando que se a confirmação dada pelo Ministério Público da Suíça ( em relação à existência e bloqueio de contas de Cunha) era mentira e Cunha respondeu:

— Não sei, não conheço. Só quando eu for notificado posso falar. Se eu for notificado, quando for notificado, no conteúdo que tiver, os advogados vão falar.

Sobre a decisão anunciada pelo PSOL de entrar contra ele, por quebra de decoro, no Conselho de Ética da Câmara, Cunha reagiu:

— Problema nenhum, que entrem.

Em relação à votação das contas de Dilma pelo TCU, o presidente voltou a dizer que o órgão é auxiliar do Congresso e que a decisão final cabe ao Congresso Nacional. Cunha voltou a dizer que há o fundamento político da decisão e que o próprio governo se encarregou de politizar e dar uma dimensão maior ao processo, em “mais um erro político”. Cunha falou sobre o trâmite das contas no Congresso, lembrando que o primeiro passo é a apreciação pela CMO.

— Não será um embate rápido não. Primeiro vai para CMO, tem relator e tem o debate lá. Terminado vai para a Mesa do Congresso que distribui pelo critério do rodízio, me parece que deve ir primeiro para o Senado. Não tem prazo. Na CMO tem LDO pendente, lei orçamentária, provavelmente este ano não será apreciado na comissão mista acho difícil apreciar ainda este ano, já estamos em outubro _ disse Cunha, acrescentando não dominar ao certo o rito na comissão mista, concordando com a avaliação de que se houver “vontade política” é possível acelerar a votação.

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