Enquanto o governador Pedro Taques (PDT) se prepara para deixar de vez a atual sigla, o vice Carlos Fávaro (PP) fomenta a criação de uma nova liderança no Estado. O Partido Liberal (PL) está com as articulações já avançadas e será encabeçado pelo atual pepista. Mesmo com o possível desgaste devido ao desligamento de ambos chefes do executivo estadual, Fávaro acredita que há meios de contemplar representações da base para que não haja maiores divergências.
Embora tenha causado uma reação na direção nacional do PP, o vice-governador negou que houvesse qualquer briga entre os membros do partido. Ele explica que a nova sigla deve trazer políticos que prestaram apoio nas últimas eleições, no entanto, participam de grupos da oposição.
“Acho que é um movimento natural que sempre ocorreu nas trocas de comanda em Mato Grosso. Não tem nenhuma divergência, nenhuma briga interna, o PP deve continuar na base aliada do governo. O deputado Ezequiel Fonseca é uma grande liderança. Vai continuar conduzindo os rumos do PP no Estado, mas a nossa base precisava trazer lideranças que já nos apoiaram em 2014, que não estavam filiados a partidos da coligação e precisa ter esse rearranjo. Essa missão foi me dada, quero cumpri-la com bastante determinação”.
Questionado se o desligamento tem alguma ligação com escândalos que envolvem membros do partido, como o ex-deputado federal Pedro Henry (PP) – que atualmente se encontra preso por improbidade administrativa – Fávaro negou. Para ele, cada um deve responder pelos atos que cometeram, mas que isso não motivou sua saída.
“Acho que cada um deve ser responsabilizado pelos escândalos pessoais que cometeram. Os partidos são mais fortes que isso. Os partidos são instituições que ficam, e as pessoas passam. Então, em nenhum momento estamos tratando essa saída do PP por questões de divergências pessoais em hipótese alguma”.
Sobre os possíveis desgastes logo no início de mandato, Fávaro revelou que junto com o governador Pedro Taques – que também declarou a saída do atual partido – articula o desligamento de forma responsável, para que não haja prejuízos com outras lideranças.
” Estamos fazendo da forma mais tranquila e mais civilizada possível. Conversando com todas as lideranças, evitando qualquer tipo de trauma. Abrindo espaço para negociações, para que estes traumas sejam minimizados. Eventualmente pode acontecer uma liderança não ficar contente, mas acredito que é possível contemplar todos os líderes aliados do governo. E formarmos uma ampla coligação, tanto agora para a eleição como para as eleições de 2016 e provavelmente em 2018″.
Fávaro ainda frisou que o governador foi um dos grandes incentivadores para a criação da nova sigla, com vistas na ampliação da base aliada nos próximos anos. Ele revelou que seria uma honra ter Taques entre os membros da sigla, no entanto, o pedetista deve decidir entre o PSDB e o PSB nos próximos meses.
” O governador Pedro Taques foi o grande incentivador para eu retomar este projeto da criação do PL. Seria uma honra também tê-lo no partido. Mas não é esse o caso. Nós estamos formando o grupo e deve seguir o outro caminho e a minha missão é criar o PL”.
Segundo ele, atualmente o PL está com o parecer favorável no Ministério Público Eleitoral e o pedido de liberação tramita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desde a semana passada. A expectativa é que o partido seja oficialmente formado até o mês de agosto.
” O número de assinaturas já estão contabilizadas. Era possível que pudesse sair no final de junho agora, mas se não ocorrer, por conta até do recesso da Justiça Eleitoral, acredito que no começo de agosto está formalizado agora”.
