O aproveitamento de 100 por cento em oito amistosos após o fracasso na Copa do Mundo elevaram a confiança do técnico Dunga na seleção brasileira, que vê uma distância menor entre Brasil e Alemanha 10 meses após a goleada de 7 x 1 na semifinal do Mundial em casa.
Em oito amistosos sob comando de Dunga depois da Copa do Mundo, o Brasil venceu todos os adversários e superou seleções de peso e campeãs mundiais como Argentina e França, além de adversários que pode ter pela frente na Copa América, como Colômbia e Chile.
O treinador, que voltou ao comando da seleção no lugar de Luiz Felipe Scolari após o Mundial, entende que depois de quase um ano a distância do futebol brasileiro para o futebol da Alemanha diminuiu em relação à semifinal da Copa do Mundo de 2014, em julho de 2014.
“Se nós medirmos só a Copa do Mundo e só dois jogos, aí a gente vai ter essa distância. Mas, se a gente medir ao longo do tempo, não estamos tão atrasados como todo mundo fala”, afirmou o treinador em entrevista coletiva, nesta terça-feira, após convocar os jogadores para a disputa da Copa América do Chile, em junho.
Para Dunga, o estilo de jogo atual praticado pela maioria das seleções repete estratégias do passado, inclusive da época em que ele próprio ainda era jogador. Segundo o técnico, o que ainda faz a diferença no futebol é a qualidade técnica do jogador, e nesse aspecto o Brasil continua sendo forte.
“Hoje se diminui sim o espaço, se recupera a bola mais rápido, mas, como lá atrás, a qualidade técnica do jogador é o que faz a diferença. O drible e a qualidade fazem a diferença.”
Segundo o treinador, os dribles e a irreverência estão de volta à seleção. “Gostamos da personalidade dos jogadores, a iniciativa de jogar, a personalidade depois de tudo que aconteceu na Copa do Mundo”, afirmou.
“Os jogadores estão tendo personalidade, buscando a essência do futebol brasileiro do drible, criatividade e buscando gol incessantemente… temos uma seleção competitiva sem deixar de lado a qualidade do jogador brasileiro. Eles estão resgatando a forma de jogar.”
OUTRA COPA AMÉRICA
A exemplo do que aconteceu na sua primeira passagem pela seleção brasileira, quando Dunga assumiu o cargo após o fracasso do Brasil na Copa da Mundo de 2006, o treinador brasileiro tem pela frente uma Copa América.
Em 2006, o Brasil vinha de uma decepção no Mundial dea Alemanha, em que era considerado favorito pelas presenças de jogadores como Kaká, Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo, entre outros. Dunga conseguiu já no ano seguinte, de forma surpreendente, levar a seleção ao título da Copa América na Venezuela, mesmo sem contar com as principais estrelas.
Agora o treinador tenta tirar o peso da equipe em caso de eventual fracasso na competição, mas reconhece que o Brasil sempre precisa vencer seus adversários. Para alguns, uma vitória na Copa América ajudaria o Brasil a recuperar o prestígio e a imagem do futebol brasileiro.
“O que aconteceu na Copa foi um fato único, muita gente fala em resgate, mas continuamos sendo uma referência e sendo admirados. A camisa do Brasil ainda é muito valorizada”, disse.