Silval e ex-secretário sabiam de falhas no VLT

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Priscilla Silva/GD


O relatório da auditoria realizada nas obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), divulgado nesta quinta-feira (05), revela indícios de que o ex-governador do Estado Silval Barbosa (PMDB) e o ex-secretário da extinta Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa) Maurício Guimarães tinham conhecimento das irregularidades na implantação do novo modal. 

O resultado da auditoria, realizada pela Controladoria Geral do Estado (CGE), revela que pagamentos adiantados, avisos emitidos por gerenciadora e até mesmo ofício da Caixa Econômica Federal informavam sobre problemas com as obras. 

O documento confeccionado pela Controladoria Geral do Estado será enviado ao Ministério Público do Estado (MPE), Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público de Contas, Controladoria Geral da União (CGU), Tribunal de Contas do Estado (TCE), Assembleia Legislativa, Caixa Econômica Federal e Ministério da Fazenda. 

Consta do relatório que a gerenciadora da obra, Planserv – contratada pelo Governo por R$ 44 milhões para acompanhar e fiscalizar o andamento das obras – encaminhou relatórios mensais à gestão passada alertando sobre os atrasos e irregularidades existentes na construção do novo modal de transportes de Cuiabá e Várzea Grande. Além disso, a gestão de Silval Barbosa foi alertada por meio de ofício da Caixa Econômica Federal, responsável pelo financiamento do empreendimento, sobre os diversos problemas. 

A Controladoria ainda encontrou o Ofício n° 2187/2013 da Caixa Econômica Federal, do dia 31 de julho de 2013 endereçado ao então governador Silval Barbosa, em que a financiadora mostrava preocupação com o andamento da obra que, naquela ocasião, já estava atrasada. O alerta do banco financiador do projeto foi feito um ano após o início da construção do VLT. 

A financiadora chegou a sugerir um “plano de ataque” visando a entrega da obra na data em que foi acordada inicialmente, ou seja, junho de 2014, mês em que tiveram início os jogos da Copa do Mundo. 
Mesmo diante dos avisos e recomendações, nenhuma atitude de punição ao consórcio construtor do modal foi feita pela gestão de Silval. Não o bastante, o governo ainda continuou autorizando repasses ao Consórcio VLT Cuiabá, responsável pela construção. 

Repasses adiantados – A auditoria constatou que alguns desses repasses foram feitos até mesmo na forma de adiantamento. Um exemplo disso foi o pagamento dos trens que ainda estavam em fase de fabricação na Espanha. O relatório do consórcio gerenciador mostra que os adiantamentos começaram logo no início das obras. Isso porque em abril um levantamento apontou que 84% do que foi pago até ali se referiam a adiantamento e apenas 16% por serviços realmente efetuados. 

Suspensas – As obras do VLT estão paradas desde dezembro de 2014, quando a antiga gestão do Estado não realizou os pagamentos solicitados pelo consórcio construtor, que optou pela paralisação. O atraso é uma das preocupações do governador Pedro Taques, tendo em vista que a obra já apresenta atraso de 18 meses e ainda não foi apresentado ao Estado um cronograma factível para sua execução. (Com assessoria de imprensa do Gabinete de Comunicação do Estado).
 

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