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Eder Moraes culpa MP por atrasos no VLT e diz que ele na Secopa teria concluído a obra |
Réu em 5 ações penais e indiciado num inquérito policial sigiloso, todos tramitando na Justiça Federal de Mato Grosso por crimes contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro e corrupção, o ex-secretário de Fazenda Eder Moraes, atualmente sem partido, pois desfiliou-se recentemente do PMDB, concedeu entrevista à Rádio CBN do Grupo Gazeta e mais do que se defender das acusações e processos nos quais é réu, também disparou sua metralhadora contra os Ministérios Públicos Estadual e Federal. Ele enalteceu sua passagem pela Secretaria da Copa e garantiu que se tivesse permanecido na chefia da pasta, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) teria sido concluído no prazo e hoje estaria em pleno funcionamento.
“Houve o problema da copa do mundo, não conseguia tirar uma obra do papel, não conseguia colocar um meio-fio na rua. A Arena Pantanal vinha capengando, aos trancos e barrancos. Vim para Secopa e em menos de 1 ano coloquei todas as obras da Copa na rua. Todas! Se elas não estão a contento hoje eu posso garantir que se o Eder Moraes estivesse na Secopa desde o início o VLT estaria pronto, estava transitando em Cuiabá. Era possível sim, mas precisava de determinação, precisava de saco roxo, precisava dar porrada na mesa, precisava cancelar contrato e ter moral pra cancelar contrato com empreiteiro e colocar outra empresa no local imediatamente”, afirmou o ex-secretário.
A entrevista de quase 1 hora ao programa Tribuna CBN foi gravada na segunda-feira (16), mas foi ao ar nesta quarta-feira (17) quando pela manhã era considerado feriado. Eder Moraes está em liberdade provisória em decorrência de sua prisão na Operação Ararath e cumpre medidas cautelares que o impede de sair de casa aos finais de semana e feriados.
Eder insistiu que o Ministério Público é culpado pelo caos que se transformaram as obras inacabadas da Copa e de várias denúncias que envolveram seu nome. “Grande parte da culpa pelo VLT estar como está é do próprio Ministério Público Federal e Estadual. E quem não se lembra de tantas ações que enfiaram, umas sem pé e sem cabeça que não resultaram em nada. Parece que era proposital as coisas para não deixar acontecer. Quando eu estava na secretaria [Secopa] eu patrolava isso de forma legal, ou seja, tomava as medidas judiciais imediatamente no momento em que elas aconteciam”, enfatizou.
Na avaliação de Eder, ele tinha condições políticas e visibilidade para se lançar na disputa eleitoral e até disputar o cargo de prefeito ou governador de Mato Grosso, mas então, segundo ele, começou uma fase de acusações e queimação de seu nome. Ele atribui as acusações a um grupo político a a membros do Ministério Público.
“Houve uma criminalização de todas as ações de governo. Foi isso que aconteceu. Pagamento de precatório criminalizaram. Obras da Copa foram criminalizadas porque todas essas realizações impactavam na sociedade e um novo grupo trabalhava para minar isso. O Eder naquele momento tinha potencial para ser prefeito ou governador. E não estou dizendo isso por vaidade, estou dizendo isso porque os partidos conversavam comigo, as pessoas discutiam comigo, fui chamado a Brasília. Minha ficha de filiação [ao PMDB] foi assinada no Palácio Jaburu no PMDB pelo vice-presidente da República, Michel Temer, tem as fotos de todos os registros quando isso aconteceu. Ou seja, tinha envergadura para poder pelo menos disputar. E ai começou-se um processo de queimação”, disse.
Sobre a parte de um grupo político ter minado seus planos políticos, ele ressalta que é um pensamento, uma interpretação sua. “Não estou dizendo que é isso”, ressalta.