DOUGLAS TRIELLI
O deputado federal Ezequiel
Fonseca (PP), escolhido nesta semana o novo líder da bancada mato-grossense em
Brasília, é um dos três parlamentares do Estado com mandato na Câmara Federal
que responde a processos criminais na Justiça.
Ao todo, a bancada conta com oito
deputados e, além de Fonseca, também respondem a processos os deputados Carlos
Bezerra (reeleito pelo PMDB) e Adilton Sachetti (PSB).
A ação a qual o parlamentar
responde foi movida pelo Ministério Público Federal, que denunciou, em 2008,
mais dez ex-prefeitos mato-grossenses e 34 servidores públicos municipais por
envolvimento com a máfia das sanguessugas.
Fonseca foi prefeito, por duas
vezes, do município de Reserva do Cabaçal (387 km a Oeste de Cuiabá).
A Operação Sanguessuga, deflagrada
pela Polícia Federal em 2006, revelou a existência de um esquema de desvios de
recursos provenientes de emendas parlamentares direcionadas para a área da
Saúde, em especial para compra de ambulâncias e equipamentos.
Segundo o processo, cabia aos
ex-chefes do Executivo Municipal montar e fraudar procedimentos de licitações,
direcionando o resultado em favor de empresas ligadas ao grupo criminoso.
De acordo com o MPF, os crimes de
fraude a licitações, contra a Administração Pública e de lavagem de dinheiro
foram praticados em quase todos os Estados brasileiros, durante aproximadamente
cinco anos.
Além desse processo, que corre no
Tribunal Regional Federal da 1ª Região, o deputado Ezequiel Fonseca responde a
outros processos cíveis, em primeira e segunda instâncias, no Tribunal de
Justiça de Mato Grosso.
Por ainda não ter nenhuma decisão
de um colegiado julgado, Ezequiel não foi barrado na Lei da Ficha Limpa em 2014
e venceu a disputa por uma das oito cadeiras da bancada mato-grossense na
Câmara Federal.
Ele obteve 90 mil votos, ficando
em 6º lugar.
Outro lado
Ao MidiaNews, o deputado Ezequiel
Fonseca afirmou que todos os convênios assinados em sua gestão, na Prefeitura
de Reserva do Cabaçal, receberam aprovação de órgão de controle e foram firmados
com base em orientações do Ministério da Saúde.
“Minha posição é muito tranquila,
até porque são convênios do Ministério da Saúde e cujas contas foram prestadas
e aprovadas pelo Tribunal de Contas da União”, disse.
“Mas teve aquele problema na época
e todos os prefeitos foram colocados na mesma vala. Então, espero realmente que
seja julgado, porque tenho convicção e tranquilidade da legalidade do que fiz.
Espero que a Justiça seja feita, porque, vez ou outra, sou lembrado por esse
assunto”, completou o deputado.