Simone Ishizuka/ GD
O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) não ficará pronto antes de 2 anos e poderá ter como tarifa valores acima de R$ 10. Além disso, cerca de R$ 293 milhões servirão de aditivos para finalizar as obras do modal, que já orça mais de R$ 1 bilhão. As informações foram passadas pelo secretário do Gabinete de Projetos Estratégicos, Gustavo Oliveira, em entrevista coletiva nesta segunda-feira (9).
Oliveira apresentou o relatório de auditoria referente às obras iniciadas para a Copa do Mundo, que incluem o modal de transporte adotado pelo Estado. Segundo ele, o valor tarifário ainda é estudado pela equipe da gestão, para avaliar qual medida será necessária implantar para não impactar ainda mais o bolso do cidadão.
“Tudo vai depender do modelo tarifado. Existem VLTs no mundo que operam em uma tarifa única para percorrer todo o trecho. Outros VLTs trabalham com uma tarifa cobrada por trecho percorrido, de acordo com os quilômetros que se andam no trem. Esse modelo tarifário é importante por isso, pois não está claro para a sociedade se vai ser uma tarifa única ou se vai ser uma tarifa integrada”.
Conforme o levantamento, houve ausência de projetos conclusivos do modal durante as obras. A insuficiência destas análises impactou diretamente na qualidade e no andamento da execução. Embora o prejuízo evidente, o secretário se absteve em falar de ‘superfaturamento’, no entanto, ele frisou que todas as informações levantadas serão encaminhadas aos órgãos responsáveis para tomar as devidas providências.
“Não se pode falar em superfaturamento. O que se pode falar é um óbvio atraso no cronograma e prejuízo para a sociedade por isso. Por certo a sociedade não teve acesso às informações que nós disponibilizamos aqui hoje. Isso é claro e evidente. O departamento jurídico da Secid tem a PGE estão debruçados em cima disso para verificar a legalidade e o impacto disso”.
As obras, que estão paralisadas desde dezembro do ano passado, ainda não têm prazo para serem retomadas. De acordo com Oliveira, a secretaria de planejamento irá se reunir com todos os órgãos envolvidos, inclusive com o consórcio, para discutir o cronograma de execução e orçamentário para que, assim, possa reinicia-las.
“Nós estamos conversando com o consórcio construtor, para estabelecer um outro cronograma e ver quais são as outras necessidades de ver qual é o outro cronograma, inclusive financeira, para pactuar isso. Nós não vamos adiar o contrato, como havia sido feito, sem um cronograma fatídico”.
O secretário ainda destacou que a demora na conclusão da implantação do VLT, que deveria ter ficado pronto antes do Mundial, ocorre pelo esgotamento das verbas de financiamento e dos empréstimos contraídos para o pagamento dos mais de R$ 1,4 bilhão, valor anteriormente estimado no modal.
De acordo com o secretário, o Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande, responsável pelas obras que foram iniciadas em 2011, já solicitou reajuste de quase R$ 300 milhões no contrato. O pedido está sob análise da nova gestão, iniciada em janeiro deste ano.
As obras de implantação do VLT, que prevê a construção de 2 eixos, com mais de 22 km de extensão, estão suspensas desde o final do ano passado, por falta de pagamentos por parte da gestão Silval Barbosa à frente do Estado.