Jacques Gosch
Maurício Barbant
O presidente da Assembleia José Riva
(PSD), que encerra o mandato no próximo
dia 31, garante que não teme a realização auditoria nas contas do Legislativo. A devassa na movimentação
financeira serviu de base para o acordo que levou Guilherme Maluf (PSDB) a trair Mauro Savi (PR) para compor
a chapa da base de sustentação do governador Pedro Taques (PDT), que deve escolher o primeiro secretário
entre os republicanos Emanuel Pinheiro ou Ondanir Bortolini, o Nininho.
“Fiquei um ano e meio afastado da presidência por decisão judicial, mas é bom que façam a auditoria.
O levantamento só vai confirmar a seriedade na gestão dos recursos da Assembleia. Não tenho nada a
esconder. Além disso, o Guilherme Maluf, o Emanuel Pinheiro e o Nininho sabem muito bem como as coisas
funcionam por aqui”, declarou Riva.
Riva também se colocou à disposição do grupo pró-Maluf na presidência para prestar qualquer esclarecimento
sobre as finanças da Assembleia. De acordo com o social-democrata, todas as decisões foram tomadas no
Colégio de Líderes, com aval dos parlamentares que hoje levantam dúvidas sobre a lisura dos procedimentos.
Em relação ao cenário das eleições para Mesa Diretora, com Savi alijado da primeira secretaria na chapa
liderada por Maluf, Riva prefere não fazer comentários. Para o parlamentar, o novo presidente deve ser
decidido pelos 24 deputados estaduais que assume em 1º de fevereiro.
Maluf trai Riva e Savi, volta ao bloco de Taques e vai ser eleito presidente da AL
“Não voto e não dou palpite. Neste momento, minha opinião mais atrapalha do que ajuda os aliados. Não
sou mais deputado. Eles que se virem. Em caso, costumo dizer que o problema agora é da Janaína”, brincou
. Neste caso, o social-democrata se refere à filha Janaína Riva (PSD). Eleita com 48.171 votos, ela foi a
segunda mais votada e será a única mulher na nova legislatura.
Conforme Riva, a manobra para isolar Savi não deve afetar a vida política do republicano. Em sua opinião,
o deputado do PR colocou o nome à disposição para permanecer como primeiro secretário, mas já sinalizou
aos mais próximos que pode abrir mão de continuar na Mesa para viabilizar o entendimento
entre os parlamentares. “Estou deixando a vida pública, mas torço pelo entendimento. A união entre os
deputados é boa para Mato Grosso. Agora, a disputa é salutar porque leva ao debate de propostas”, concluiu.
Além de Riva, que não vota dia 1º, Savi conta com a lealdade de outros oito deputados para tentar se viabilizar
na Mesa Diretora. O grupo incluiu Romoaldo Júnior (PMDB), Janaína Riva (PSD), Zé do Pátio (Solidariedade),
Silvano Amaral (PMDB), Pedro Satélite (PSD), Baiano Filho (PMDB) e Gilmar Fabris (PSD). A eleição da Mesa
Diretora será realizada no plenário da Assembleia. Antes, os 24 deputados estaduais participam da solenidade
de posse no Teatro do Cerrado Zulmira Canavarros.