Influência em outros poderes compromete democracia, diz Riva

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Após empossar Pedro Taques como governador de Mato Grosso, o presidente da Assembleia Legislativa, José Riva (PSD) afirmou que a influência do pedetista em outros poderes pode comprometer a democracia. A declaração, dada em entrevista coletiva, faz alusão à inconstitucionalidade da lei que destinava 50% do Fethab aos municípios e à suspensão da indicação do novo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.

Para Riva, os 2 episódios mostram com clareza a influência do governador na Justiça. Ele acredita que isso se repita em outras ocasiões. “Uma pessoa muito forte, que exerça muito domínio sobre instituições pode passar, em algum momento, a comprometer a democracia. Quando ele [Taques] entrou na parada, sabíamos que a indicação da Janete [Riva, ao TCE] ficaria inviabilizada, assim como o Fethab e outras coisas que irão acontecer. Ele tem muita força na Justiça”.

Por conta disso, o parlamentar se mostrou preocupado com o futuro de Mato Grosso, mas ao mesmo tempo otimista. “Taques foi muito feliz em dizer que se não houver oposição não é democracia, é tirania. Disse a ele que continuo com minhas convicções, mas que ele pode contar comigo como um cidadão mato-grossense, como sempre fiz. Fazer oposição não é atrapalhar. O estado só vai bem se sentarem na mesma mesa, para discutir, oposição e situação”.

Na despedida, o pessedista salientou que torce para o novo governador consiga fazer um bom mandato. “Pedro Taques é o governador de todos os mato-grossenses. Vou torcer pra ele e fazer minha parte. As orientações ao PSD é que seja um partido vigilante, que ajude na construção deste Estado, mas que mantenha a oposição. Não faremos a oposição destrutiva. Faremos no sentido de ajudar o Estado”.

Deputado por 5 mandatos, Riva deixa de ser deputado em fevereiro deste ano, ao final da legislatura. O pessedista destacou que nem por isso pretende deixar de ser político. “Quem é político nunca deixa de ser, com ou sem mandato. Vou procurar ficar o mais distante possível, até porque minha filha [deputada estadual eleita, Janaína Riva] não precisa da minha presença permanente”.

Riva pretende manter seus negócios na iniciativa privada e destacou que leva, da vida pública, muitas alegrias e nenhuma mágoa. “Lógico que as coisas ruins aparecem mais, os erros são mais visíveis do que os acertos. Olho para os avanços e me sinto satisfeito. Em que pesem as críticas, a AL é um poder respeitado, em que os instrumentos de cidadania funcionam”. (Colaborou Laura Nabuco)

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