TERRA PROMETIDA Vereador é preso durante evento na AL

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 O vereador de Itanhangá Silvestre Caminski (PPS) foi preso por agentes da Polícia Federal, durante mesa redonda que discutia os desdobramentos da Operação Terra Prometida, deflagrada para combater um suposto esquema de grilagem de terras. Ele tinha, contra si, mandado de prisão preventiva decretado e foi detido após discursar.

O evento foi realizado na manhã desta sexta-feira (19), na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), para debater a reforma agrária e a atual situação dos assentamentos, a morosidade da legalização de títulos fundiários em Mato Grosso.

Caminski, que é produtor rural assentado no local alvo da operação, estava entre os participantes do evento. Apesar de convidados, representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da PF, não participaram do evento, organizado por 2 deputados estaduais e 1 federal.

Os agentes chegaram no momento em que a audiência era realizada e logo deram voz de prisão a Caminski. No mesmo instante, os presentes se levantaram e começaram a cantar o hino nacional e um tumulto se formou. Mesmo assim, os policiais efetuaram a prisão e encaminharam o vereador para a Superintendência da PF em Cuiabá.

A operação – O inquérito policial foi instaurado em 2010 após denúncias veiculadas pela imprensa a respeito de irregularidades na concessão e manutenção de lotes destinados à reforma agrária.

No transcorrer da investigação descobriu-se uma verdadeira organização criminosa com forte atuação na região de Lucas do Rio Verde/MT e Itanhangá/MT, estruturada para cometer crimes de invasão de terras da União, contra o meio ambiente, falsidade documental, estelionato, corrupção ativa e passiva, cujas penas podem chegar a até 12 anos de reclusão.

Com o objetivo de se obter a reconcentração fundiária de terras da União destinadas à reforma agrária, fazendeiros, empresários e grupos do agronegócio fazem uso de sua influência e poder econômico para aliciar, coagir e ameaçar parceleiros ambicionando seus lotes de 100 hectares, cada um avaliado em cerca de R$ 1 milhão.

Para a manutenção do comércio ilegal e reconcentração de terras da reforma agrária, no decorrer dos últimos dez anos a organização criminosa fez uso de documentos falsos, ações de vistoria simuladas, termos de desistência fraudados e dados inverídicos incluídos no Sistema de Informações de Projetos de Reforma Agrária (Sipra), propiciando que grandes latifundiários, grupos de agronegócio e até empresas multinacionais ocupassem ilicitamente terras da União destinadas à reforma agrária.

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