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Divulgação/ Assessoria Celulares foram encontrados após direção da PCE receber denúncia |
Depois da descoberta de um túnel que estava sendo escavado no raio 4 da Penitenciária Central do Estado (PCE), houve uma varredura geral dentro da unidade que resultou na apreensão de 105 celulares, 136 chips e 4 quilos de drogas entre pasta-base de cocaína e maconha dentro do raio 3. O local vistoriado tem 12 celas e 7 alas, e nele estão 225 presos. Também foram localizados carregadores de celular e fone de ouvidos, além de fermento que, provavelmente, seria utilizado para preparar e aumentar a droga. Livros de anotações também foram apreendidos. A unidade conta com equipamentos de raio x que, em tese, deveriam barrar a entrada de celulares e drogas.
O titular da Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos, Luiz Antônio Pôssas de Carvalho, já determinou ao Serviço de Inteligência que analise o circuito de TV com as imagens da entrada de visitantes onde mostra os agentes realizando os procedimentos de revista rotineiros. Ele explicou que há cerca de 40 dias já tinha sido realizada uma revista geral e poucos objetos foram encontrados. “Só pode ser conivência, não tem outra forma. Já determinei à inteligência que olhe o circuito de TV e verifique, não é possível. Há pouco tempo fizeram uma vistoria e só localizaram 8 celulares”, destaca o secretário.
As visitas e audiências na unidade estão suspensas para que seja feita a manutenção nas 4 alas do raio 4 que foram danificadas pelo túnel de 6 metros e pelos buracos nas paredes. De acordo com a Sejuh, só serão permitidas audiências de emergência, alvará e admonitória. O secretário cobrou da direção da PCE providências urgentes para investigar a entrada dos objetos.
Outra hipótese levantada pelo secretário é a de que talvez o Procedimento de Operação Padrão (POP) não esteja sendo executado como deveria. “Só pode ser não cumprimento das normas na revista ou está tendo facilitação. Esses celulares não estão entrando pelas partes íntimas dos visitantes”, afirma Pôssas de Carvalho. A hipótese de facilitação é explicada, segundo o secretário, pelo fato de que se a pessoa chegar na unidade levando celulares ou drogas e passar pelos procedimentos corretos, o que inclui o raio x, os objetos ilícitos serão detectados.
A operação começou por volta das 5h desta quarta-feira (17) e terminou às 10h. Os presos foram levados para a quadra onde receberam o café da manhã, enquanto os agentes vistoriavam as celas. De acordo com o diretor da unidade, Roberval Ferreira Barros, houve uma denúncia de que os presos do Raio 4 tinham passado alguns celulares para o raio 3, por meio de corda artesanal. No pente fino foram encontrados os aparelhos com mensagens trocadas entre os presos. Um dos celulares estava escondido dentro do fundo falso de livro de direito.
Bloqueadores de sinal – Bloqueadores de sinal – De acordo com o secretário, somente com a instalação de bloqueadores de sinal em todos os presídios de Mato Grosso será possível resolver o problema. De acordo com ele, existe um plano em andamento para instalar bloqueadores de sinal de celulares em todas as unidades prisionais do Estado. A prioridade será instalar os bloqueadores em todas as unidades prisionais com capacidade para mais de 200 vagas. Depois, a meta é expandir para todas as cadeias existentes em Mato Grosso.
Atualmente, o raio 5 da PCE é o único que dispõe de bloqueadores de sinal de celular que está funcionando em fase de teste há mais de 3 meses. Luiz Antônio Pôssas disse que aguarda o relatório da empresa e da direção da unidade para saber se o bloqueio funcionou ou não para só então iniciar os trâmites da licitação para contratar os serviços.