GD
Foram aplicadas, de 1º de janeiro até 31 de julho deste ano, 50.475 multas de infrações de trânsito em Cuiabá, uma média de 240 por dia. Entre os principais problemas está estacionar em locais proibidos, que aparece em primeiro lugar no ranking com 8.480 infrações, ou 16% do total, segundo dados da Prefeitura Municipal de Cuiabá. Neste caso, o motorista paga R$ 85,63 e ainda perde quatro pontos na carteira.
A segunda infração mais registrada é dirigir sem cinto de segurança com 8.479 procedimentos. O valor da multa nesta situação é de R$ 127,69, infração média que pode acumular ao infrator cinco pontos na carteira. Dirigir falando ao celular aparece como terceira colocada seguida de avançar o sinal vermelho do semáforo, considerada infração gravíssima e o valor da multa pode chegar a R$ 200, além do motorista perder sete pontos na carteira. Somente as duas primeiras colocadas arrecadaram mais de R$ 18 mil, verga que segundo a prefeitura de Cuiabá é totalmente revertida para policiamento, fiscalização e educação do trânsito.
Segundo o titular da Secretária Municipal de Trânsito e Transportes Urbanos (SMTU), Antenor Figueiredo, uma intensa fiscalização por parte dos agentes foi deflagrada em Cuiabá e Várzea Grande devido à realização da Copa do Mundo, já que a capital mato-grossense foi uma das cidades-sedes do grande evento e, segundo ele, isso refletiu nas estatísticas.
Para o presidente da Comissão de Direito e Trânsito da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Mato Grosso, José Antônio Duarte Álvares, os índices quanto à aplicação de multas são reflexo da falta de cultura da população. Segundo ele, falta muita consciência dos motoristas e a falta de punição é um dos principais motivos para esse cenário. “Estacionar em local proibido é o mesmo que privar o outro de um espaço. Essa mau educação geralmente vem de berço, já virou vício e comodismo, o que pode ser reflexo da falta de punição”.
A fim de diminuir a violência no trânsito, a Prefeitura de Cuiabá, através do Consórcio Cuiabá Monitoramento de Trânsito (CMT), realiza a instalação de radares e lombadas eletrônicas.
Para Álvares, apesar de não haver uma ligação direta entre as multas que mais são aplicadas e a instalação dos radares, a medida pode contribuir bastante para reverter a situação de desordem do trânsito da capital. “Esse efetivo de agentes que atualmente fiscaliza o tráfego no semáforos e os excessos de velocidade, serão remanejados para outras fiscalizações como orientar os motoristas quanto a não estacionar em locais proibidos”.