GD
O alto índice de eleitores indecisos e de pessoas que afirmam que irão votar em branco ou anular o voto, conforme pesquisa divulgada pelo Gazeta Dados, é um problema que atinge todo o Brasil. A afirmação é feita pelo analista político, Alfredo da Mota Menezes, com base nos resultados divulgados nesta quarta-feira (13). Enquanto que 11% da população decidiu pelo voto branco ou nulo, 24% preferiu não opinar ou afirmou que ainda não decidiu em quem votar.
Menezes considera que o eleitorado vota pela obrigação de votar, pois não se sente motivado com as propostas apresentadas pelos candidatos. “O eleitor vota já sabendo que vai dar a mesma coisa no final das contas, ou seja, nada vai mudar”, afirmou.
E esta observação do analista é demonstrada através de pesquisas. O público jovem, por exemplo, está a cada eleição mais desmotivado a escolher um candidato ideal. Dados atualizados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontam que em 2006, eleitores na faixa etária de 16 a 18 anos, no qual o voto não é obrigatório, chegou a 3 milhões. Este ano o número caiu para a metade, com apenas 1 milhão e 600 do eleitorado. Segundo Menezes, este reflexo vem da população que não se sente representada pelos 32 partidos registrados no país.
Ele ressalta que toda a desmotivação do eleitorado vem desde o sistema aplicado no governo. “Mesmo que o candidato seja bom, ele vai frustrar o eleitorado, pois vai ter que ceder ao sistema para conseguir que seus projetos sejam aprovados, e isso pode gerar desaprovação da população”.
Além disso, ele observa um desvio de representação por parte dos políticos. “É empresário, assumidamente capitalista, se aliando a partido comunista e vice e versa. Tudo em busca de interesses próprios para poder se eleger. Isso acaba confundindo e desmotivando ainda mais a população”, analisa.
Para que este problema seja resolvido, Alfredo avalia que todo o sistema deve mudar, como o fim das coligações proporcionais. “Não tenho dúvida que com o fim destes grupos, o cenário político irá mudar”, pontua. “É simples. Cada partido lança seu candidato e divulga suas propostas de acordo com o que acredita. Assim, o eleitor analisa e defende aquele partido que mais se encaixar. Só assim teremos resultados positivos após as eleições”, conclui.