A Gazeta
Após cerca de 3 anos de obras, onde todas deveriam ter sido entregues antes da Copa do Mundo, mas que se arrastam lentamente, a população de Várzea Grande cobra a chegada do ‘legado do Mundial’, ou seja, a entrega das obras que irão melhorar o trânsito da cidade. Os trilhos do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que antes do Mundial eram construídos por dezenas de trabalhadores, nessa semana eram um canteiro abandonado, com poucos operários.
Desde o início de agosto uma nova interdição foi realizada na Avenida da FEB, trazendo novos transtornos para os motoristas que novamente têm que trafegar pelas vias laterais do viaduto, o que causa longas filas no horário de pico.
Até mesmo as obras entregues, como a rodovia Mário Andreazza, são alvo de reclamações por causa da falta de iluminação e de redutores de velocidade, pois o número de acidentes aumentou na rodovia depois que foram feitas melhorias.
Um funcionário das obras do VLT, que pediu para não ser identificado, afirma que muitos trabalhadores foram demitidos e que as obras estão quase paradas por causa disso. “Antes da Copa quem passava via várias máquinas e pessoas trabalhando, agora dá pra contar nos dedos. A empresa fala que não está recebendo os repasses corretamente e precisou demitir os operários para poder pagar os custos. Se terminassem as obras poderíamos ter um legado da Copa do Mundo para Várzea Grande”.
Em Várzea Grande ainda falta entregar o viaduto da Avenida da FEB e a recuperação das ruas laterais, a Estrada da Guarita e o VLT, que tem parada inicial no Aeroporto Internacional Marechal Rondon e segue até o Porto, na Capital. Mesmo com a maior parte das obras pronta, a demora na entrega é o fator de maior reclamação para os moradores em relação às obras, o que foi confirmado pelo prefeito Wallace Guimarães (PMDB).
Nascido e criado em Várzea Grande, além de trabalhar na cidade, o taxista Celestino Benedito da Silva, 60, se alegra com as mudanças pelas quais o município passa, porém, reclama dos constantes adiamentos para o término das construções.
“Ainda vamos demorar um pouco para ver o legado da Copa na nossa cidade. Não tínhamos nada e já estamos bem melhor na questão da infraestrutura. Isso foi uma coisa muito boa para a população, mas precisamos que entreguem as obras para melhorarmos de fato Várzea Grande e para estimular as pessoas a terem coragem de investir aqui, pois hoje quase não tem atrativos”, lamenta o taxista.
Por trabalhar diariamente ao lado do Aeroporto Internacional Marechal Rondon, o vendedor ambulante Welton Machado da Silva, 38, tem esperanças de ver o VLT pelas ruas da cidade, mas se preocupa com os atrasos nas obras. “Foi muito bom para a gente receber essas obras, só falta terminar. Antes da Copa, tinha uns 60 trabalhadores aqui no trecho próximo do aeroporto e hoje são poucos. O Governo fala que vai entregar até dezembro e é o que esperamos ver”.