COMANDO VERMELHO Operação desarticula facção comandada dos presídios; 8 estão foragidos

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Welington Sabino/GD


Foto/Otmar de Oliveira

Delegados e titular da Sejudh em coletiva falando da operação contra facção criminosa

Na operação deflagrada contra integrantes da facção do Comando Vermelho de Mato Grosso (CV-MT), que praticam crimes por ordem de presidiários, a Polícia Civil prendeu 8 pessoas que estavam em liberdade enquanto outros 27 mandados de prisão foram cumpridos dentro dos presídios, pois os alvos já estavam presos pela prática de outros crimes. Outros 8 seguem foragidos. A Polícia destaca que a a facção possui mais de 400 membros presentes nas principais unidades prisionais do Estado e fora delas sendo considerada a maior organização criminosa que comanda o tráfico de drogas, roubos e furtos, e explosões de caixas eletrônicos na região metropolitana de Mato Grosso, envolvida também em estelionatos, apologia ao crime, latrocínio e homicídios.

A Operação Grená foi deflagrada para cumprir 43 mandados de prisão preventiva contra colaboradores da organização criminosa. Os policiais da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) realizaram buscas em 12 endereços de pessoas ligadas à organização criminosa. As prisões foram cumpridas na Penitenciária Central do Estado (PCE), no presídio feminino Ana Maria do Couto May, no Centro de Ressocialização (Carumbé), na Cadeia Pública do Capão Grande, localizada em Várzea Grande, e na Penitenciária Major Eldo Sá Corrêa conhecida como Mata Grande, em Rondonópolis. Recentemente, no decorrer das investigações, 8 criminosos, dos quais 7 eram líderes da facção foram transferidos para uma Penitenciária Federal de Mossoró, no estado do Rio Grande do Norte.

Os integrantes e colaboradores da facção presos do lado de fora da cadeia foram interrogados pelas equipes que efetuaram o cumprimento do mandado de prisão e foram encaminhados para o Raio 3 da Penitenciária Central do Estado (PCE). A operação teve a participação conjunta da Diretoria de Inteligência, com apoio das inteligências da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) e Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh).

De acordo com a Polícia Civil, o CV-MT foi criado dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE), idealizado pelo presidiário Sandro da Silva Rabelo, conhecido também por “Sandro Louco”, “Bile ou Bili”, considerado um dos organizadores da facção mato-grossense, juntamente com Renato Sigarini, conhecido por “Vermelhão”, Miro Arcângelo Gonçalves de Jesus, o “Miro Louco” ou “Gentil”, e Renildo Silva Rios, conhecido por “Nego”, “Negão” ou “Liberdade”.

Sandro Louco é natural de Cuiabá, condenado a cumprir em regime fechado 161 anos e 9 meses de prisão por vários crimes, entre eles latrocínios, sequestro e roubos, que exerce grande poder sobre a criminalidade no Estado de Mato Grosso. Ele não foi transferido de Mato Grosso porque contraiu hepatite dentro da PCE. Levantamentos da Polícia Civil apontam que ele é respeitado tanto dentro como fora do Sistema Prisional pois além de idealizador do grupo, é membro do “Conselho Final” e exige o cumprimento rigoroso do estatuto da facção. Das condenações, já cumpriu 17 anos, 7 meses e 14 dias desde a primeira vez que foi preso em 1993. Ele passou por várias transferências de unidades prisionais de Mato Grosso, liderou motins e também fugiu de várias cadeias.

Conforme o delegado-geral da PJC, Anderson Aparecido dos Anjos Garcia, a desarticulação da facção ajudará a reduzir os índices de criminalidade. “Essa operação mostra que os organismos de Segurança Pública, a Polícia Civil de Mato Grosso vinha acompanhando e produzindo provas contra pessoas que estão cometendo crimes de dentro dos presídios. A organização certamente sofreu um baque na sua estrutura com a operação Grená e esperamos melhorar os indicadores de criminalidade”, destacou durante coletiva na tarde desta quarta-feira.

Por sua vez, o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Antônio Possas de Carvalho, disse que a Sejudh vinha monitorando e mapeando junto com a Polícia Civil a facção criminosa, tanto que o sistema prisional realizou a transferência 18 internos, sendo 10 para a Penitenciária de Rondonópolis e 8 para o presídio de Mossoró, no Rio Grande do Norte. “O Estado está preparado e está no comando de suas unidades. Temos o nosso serviço de inteligência e o serviço de contrainteligência ali e buscamos antecipar todos os fatos que acontecem, por isso caíram os números de fugas e tentativas de derrubadas do muro, que prevíamos e aguardávamos acontecer os fatos, tanto que foram presos parte da quadrilha”, destacou o secretário. 

O CV-MT conta com membros em diversas unidades prisionais no Estado de Mato Grosso, dentre elas a Penitenciaria Central do Estado (PCE), o Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), a penitenciaria feminina Ana Maria do Couto May, a Cadeia Pública do Capão Grande, em Várzea Grande, a penitenciária Major Eldo Sá Correia, conhecido por Mata Grande, em Rondonópolis, e a penitenciária Osvaldo Florentino Leite Ferreira, conhecida por Ferrugem, em Sinop. Os membros estão presentes, especificamente em Raios e Alas reservados aos presos mais perigosos e visando manter o controle sobre seus membros e atualizados quanto às decisões tomadas pelo comando da facção. (Com assessoria)

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