Gláucio Nogueira, editoria do GD
Montagem GD |
Delegados do Partido dos Trabalhadores irão escolher o pré-candidato ao governo do Estado no próximo dia 26 de abril.O diretório estadual da sigla aprovou, neste domingo (16), resolução neste sentido. A intenção do partido é evitar as prévias, processo em que todos os filiados votam, e gerar um desgaste maior com a disputa.
Postulam o posto de pré-candidato petista o médico e ex-vereador por Cuiabá, Lúdio Cabral e o juiz federal Julier Sebastião da Silva, que não se filiou ao partido até o momento, mas tem até o dia 5 de abril para fazê-lo. O magistrado teria informado integrantes da Executiva Estadual do PT da intenção de disputar a sucessão do governador Silval Barbosa (PMDB).
Dos 43 delegados presentes, 40 votaram de forma favorável à resolução, inclusive Cabral. Os 3 votos contrários foram proferidos por integrantes da corrente “O Trabalho”. “Votamos a favor da resolução e a favor da unidade do partido”, afirma Lúdio.
Lúdio vem recebendo adesão de petistas e apoiadores de outras legendas. Também já vem buscando apoio dos delegados para o eventual encontro de 26 de abril, já que a pré-candidatura foi respaldada por resolução do PT aprovada em janeiro e contou com grande respaldo da militância.
Apesar da decisão, a indicação não tem força de vetar as prévias, já que, para isso, são necessários votos de dois terços dos delegados.Um novo encontro do diretório está programado para ocorrer no dia 29 de março.
O descarte das prévias visa evitar situação que ocorreu durante o processo de escolha dos candidatos do partido em 2010, quando o ex-deputado federal Carlos Abicalil derrotou, internamente a ex-senadora Serys Marli e foi o candidato do PT ao Senado.
A decisão, até então inédita na sigla que sempre deu preferência aos candidatos no cargo – Serys tentaria a reeleição – gerou um racha no partido e culminou com a saída da ex-senadora para o PTB, levando consigo cerca de 60 filiados.
Integrantes da sigla creditam a isso o enfraquecimento do PT no Estado. Atualmente, o partido conta com 2 deputados estaduais e 1 federal e participa da gestão de Silval. “Ninguém quer isso novamente, seria uma segunda morte do PT”, afirma um delegado que não quer ser identificado.