Servidores da educação votam pela continuidade da greve que já dura 2 meses

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Welington Sabino/GD
Otmar de Oliveira

Em mais uma assembleia-geral os servidores da educação decidiram manter a greve de 2 meses

Sem acordo entre professores e servidores grevistas com o governo do Estado, a paralisação que completa 2 meses neste sábado (12), continua sem previsão de ser suspensa. Até houve um encontro na manhã desta quinta-feira (10) entre representantes do governo e do Sindicato dos Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), mas não houve proposta por parte do governo. A greve já é considerada a maior da história da educação realizada no Estado.

Dessa forma, a categoria votou pela continuidade da greve, durante assembleia-geral realizada na tarde desta quinta-feira, na Escola Estadual Presidente Médici, em Cuiabá. Os membros do Sintep também apresentaram um levantamento que “desmente” o governo quando afirma que 45% das escolas retomaram as aulas porque quase a metade dos 38 mil servidores decidiram voltar às atividades.

No levantamento, o Sintep apontou que 69,73% das escolas em todo Estado continuam em greve. Afirma que apenas 27,3% das unidades voltaram às aulas. Conforme levantamento do Sintep, de 717 escolas analisadas 500 estão com as atividades paralisadas. Em 21 de agosto, eram 78,8% de escolas  paradas. A direção do sindicato afirma que a queda na adesão foi pequena e representa a união da categoria, mesmo após as ameaças de retaliação do governo na última semana.

Presidente do sindicato, Henrique Lopes do Nascimento disse que o governo está “mentindo discaradamente e tentando enfraquecer o movimento com falsas informações de que a metade dos grevistas voltou ao serviço e também praticando terrorismo contra os servidores ao ameaçar cortar pontos e demitir contratados”.

Quem participou da reunião pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc), foi a professora Rosa Neide Sandes de Almeida, que assumiu a pasta em meio ao embate, onde os grevistas já ignoraram 2 decisões judiciais e também não se amedrontaram diante das ameaças do governador Silval Barbosa (PMDB) de mandar cortar ponto dos grevistas e demitir os servidores interinos.

A medida inda não foi executada, mas se isso ocorrer, será contestada na Justiça, pois o Sintep sabe que a greve é amparada por lei e existe jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) favorável à entidades em greve que conseguiram reverter ação semelhante de governadores de outros estados brasileiros.

A única novidade no encontro com a Seduc, foi que a secretária cogitou uma possibilidade do aumento de 5% acima da inflação, previsto para maio de 2014, ser antecipado para os primeiros meses do ano, conforme a evolução da arrecadação das receitas do Estado. Mas a categoria não aceitou. E dessa forma, durante a assembleia-geral que durou mais de 3h, foi votado pela continuidade do movimento paredista. Enquanto isso, milhares de alunos continuam sem aula e terão que estudar até o início de 2014 para repor os meses de aula perdidos durante a greve.

Mobilização

Na assembleia, os educadores deliberaram também sobre o calendário de mobilização da próxima semana, que inicia com um ato público na segunda-feira (14), às 8h, em frente à Secretaria Extraordinária Copa do Mundo Fifa 2014 (Secopa).

Confore o Sintep, o objetivo da manifestação é exigir que a educação seja a prioridade do governo estadual no momento. A partir de terça-feira (15) o movimento grevista irá acampar na Assembleia Legislativa, onde permanecerá até quinta-feira (17) para acompanhar a tramitação do projeto de lei que a categoria exige que seja encaminhado pelo Executivo. O documento deverá contemplar a proposta para o atendimento das reivindicações dos trabalhadores.

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