O deputado estadual Ademir Brunetto (PT) que propôs a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o episódio dos medicamentos vencidos, lamentou o fato do deputado Airton Português (PSD) retirar sua assinatura, inviabilizando a criação da CPI. Brunetto aponta intervenção do governo do Estado para minar a investigação.
Foram encontrados medicamentos vencidos no Centro Estadual de Armazenamento e Distribuição de Insumos de Saúde até então gerido por Organização Social de Saúde (OSS), mas após o escândalo, o governo rompeu contrato com a Instituição Pernambucana (Ipas).
“O governo reagiu dizendo que não interfere nas decisões parlamentares, mas nos bastidores acompanhamos a movimentação da bancada governista, através da liderança do PSD, que orientou o deputado a retirar a assinatura, para que a CPI se inviabilizasse”, afirmou Brunetto.
Para o deputado, a Assembleia Legislativa perde a oportunidade de participar efetivamente do seu papel institucional de investigar um fato comprovado e consistente. “A nossa proposta de investigar os culpados ou a demanda que não foi atendida, ou excesso de compra, validade dos medicamentos, o que for, tínhamos que investigar profundamente. É a terceira vez que assisto a edição destes fatos vergonhosos no vencimento de medicamentos. Se não cobrarmos, isto poderá acontecer muitas vezes mais”, lamentou.
Brunetto explica que a CPI também seria uma oportunidade para mostrar se o modelo de gestão das Organizações Sociais de Saúde (OSS), realmente é eficaz. “O governo diz que o culpado era a OSS, e a OSS diz que não, então tínhamos que investigar quem realmente é eficaz”, disse.
O deputado ainda ressalta que a demanda dos hospitais de Cuiabá e Várzea Grande está congestionado pela falta de atendimento no interior do Estado. “A OSS atende o que é de interesse dela, e as demandas complexas são encaminhadas para Cuiabá e Várzea Grande”, criticou.
Para finalizar, Brunetto fez apelo aos deputados estaduais. “Quem não assinou, cumpra com seu trabalho para com a sociedade, e assine”, concluiu.